A Carne Angus Certificada e a produção de algodão no Brasil tiveram seus casos de sucesso apresentados na quinta-feira, 22 , no segundo dia de painéis durante a 34ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas, em Capão do Leão, no Rio Grande do Sul. A produtora rural e gerente nacional do Programa Carne Angus Certificada, Ana Doralina Menezes, e o diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão, Márcio Portocarrero, falaram sobre o crescimento desses produtos no mercado nacional e internacional e os processos desenvolvidos ao longo de décadas.
Sinônimo de qualidade no mercado nacional e internacional, a carne Angus certificada está ocupando uma fatia maior dentro do setor. Criado em 2003, o Programa Carne Angus Certificada tem como objetivo oportunizar experiência única para os consumidores. “O mercado da carne premium está muito ligado à experiência”, diz Ana Menezes.
Ainda de acordo com Ana, a diferenciação pela qualidade acontece por conta do rigor na busca de um produto de excelência. “Nosso processo de análise inclui a genética Angus, mais animais jovens e que tenham bom grau de acabamento. Além disso, é preciso que tenham o mínimo de 50% de sangue Angus”, afirma.
Mais de 300 milhões de quilos de carne produzidas
Em 20 anos, foram mais de 5,5 milhões de animais abatidos dentro do Programa, mais de 300 milhões de quilos de carne produzida e, atualmente, no Brasil, são 27 mil produtores, 25 parceiros, 49 unidades e 11 estados. Neste período foram exportados mais de 7,8 milhões de quilos para 35 países. E houve um aumento relevante no aproveitamento da carne nos últimos 7 anos. “Em 2016 saíam da indústria 51 quilos para cada animal certificado. Já em 2023 foram 83 quilos. Isso representa um aumento de 32 quilos por animal. É um ganho considerável”, revelou Ana Menezes. A carne Angus certificada ainda possui três selos: varejo (explica o produto ao consumidor), sustentabilidade (fazendas auditadas) e Angus gold (alto marmoreio).
Cultivo do algodão ocupa 0,2% do território nacional
Em relação ao algodão, Márcio Portocarrero ressaltou que o seu cultivo ocupa, “apenas, 0,2% do território nacional e que 99,7% da demanda é da indústria brasileira”. O Brasil é o 7º maior consumidor mundial, sendo que a Abrapa produz 99% do algodão no mercado nacional e é responsável por 100% da exportação. A Associação iniciou sua produção, em larga escala, em 1999 e, desde então, houve uma redução nas áreas de cultivo e um aumento na produção. “Em 1976 até 1985, o cultivo ocupava uma área de 4 milhões de hectares e produzia cerca de 500 mil toneladas. Atualmente, ocupa uma área de 1,8 milhões de hectares e produz 3,3 milhões de toneladas”, comemorou Portocarrero.
O diretor executivo da Abrapa falou da importância da qualidade, rastreabilidade e sustentabilidade. “São pilares essenciais. A nossa grande bandeira é a sustentabilidade social, ambiental e econômica, além da rastreabilidade, que permite ao comprador ter acesso à origem do algodão como, por exemplo, saber qual a fazenda, o produtor, o laboratório, enfim, é uma necessidade para que ele tenha certeza da qualidade do nosso produto”, enfatizou. Ele ainda lembrou que “a produção de algodão é, com exceção do varejo, a segunda maior cadeia geradora de empregos no Brasil, que vai da lavoura até a indústria”.