Clima

El Niño dá sinais de despedida, mas La Niña já entra no radar

Versão mais fria do fenômeno climático deve passar a vigorar entre julho e setembro

paisagem. árvores em um campo coberto por geada.
Foto: Divulgação

Após um ano e meio de duração e sucessivos recordes de temperatura batidos, o El Niño deve se despedir no segundo semestre e dar lugar ao La Niña ainda neste ano. De acordo com a Agência Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos (NOAA), a versão mais fria do fenômeno climático deve passar a vigorar entre julho e setembro, conforme documento da entidade, elaborado com base em uma série de modelos estatístico-climáticos.

O El Niño ocorre com intervalos de dois a sete anos, e se caracteriza pelo aquecimento das águas superficiais do Oceano Pacífico na região do Equador. Isso causa a interrupção dos padrões de circulação das correntes marítimas e massas de ar, o que leva a consequências distintas ao redor do mundo. “Dependendo de sua força, o El Niño pode causar uma série de impactos, como aumentar o risco de chuvas fortes e secas em determinados locais do mundo”, disse Michelle L’Heureux, cientista do Climate Prediction Center.

Na semana passada, um relatório do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) indicou que, apesar de El Niño estar classificado atualmente como forte, a intensidade do fenômeno deve mudar de moderada para fraca nos próximos meses, com possibilidade de formação do La Niña no segundo semestre. Mensalmente, o documento é produzido e atualizado para garantir informações acerca do fenômeno e, assim, apoiar os órgãos federais e estaduais, além de contribuir para a tomada de decisões governamentais referentes ao País – o fenômeno afeta, por exemplo, a colheita.

Oposto

O La Niña é um fenômeno climático oposto, caracterizado pelo esfriamento das águas superficiais do Pacífico e pela consequente queda nas temperaturas globais. No Brasil, ele costuma causar fortes chuvas nas Regiões Norte e Nordeste. No Sul, há elevação das temperaturas e seca.

Na última vez em que vigorou, o fenômeno teve a duração de três anos. “O La Niña potencializa as ondas de frio nos períodos de outono-inverno e primavera. Por outro lado, é preciso lembrar que áreas da América do Sul em Argentina, Uruguai, Paraguai e Sul do Brasil podem ter forte estiagem e ondas de calor intensas, como em 2021/2022”, afirma a meteorologista Estael Sias, da MetSul.