As lavouras de soja de Santa Rosa e Santa Maria são as que estão sofrendo mais com a estiagem no Rio Grande do Sul. A estimativa é de redução média de produtividade de cerca de 20% nas duas regiões. Em seguida, os danos passam de 10% em Bagé, Frederico Westphalen, Ijuí, Lajeado e Pelotas. As perdas são menores, de 2% a 3%, em Erechim e Soledade, enquanto não há estimativa de queda da produtividade média em Caxias do Sul, Passo Fundo e Porto Alegre.
As informações sobre as perdas regionais foram divulgadas nesta quinta-feira (02), pela Emater/RS-Ascar, no Informativo Conjuntural. Ainda segundo o documento, a semeadura da soja alcançou o índice de 99% da área prevista de 6,5 milhões de hectares. Na média dos últimos cinco anos, a colheita já havia começado nesta época do ano, enquanto em 2023 o índice ainda está zerado.
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Em Santa Maria, o plantio deve ficar estagnado em 97% das lavouras previstas, já que o zoneamento agrícola se encerrou no final de janeiro. “Em função da pouca disponibilidade de água nos solos, o desenvolvimento vegetativo da lavoura está aquém do esperado, o que compromete o potencial produtivo da cultura”, aponta a Emater/RS-Ascar.
Já em Santa Rosa, a chuva nos últimos dias colaborou com a semeadura, que chegou a 99%. Em alguns locais, houve melhora nas condições das lavouras, mas a situação geral ainda é crítica. “A maior parte das lavouras está em floração, fase que exige maior disponibilidade de umidade, aumentando a preocupação com as perdas de produtividade. Acredita-se que as perdas, nessas lavouras, já sejam irreversíveis. No período, os produtores suspenderam os tratamentos fitossanitários em função das altas temperaturas, com exceção da semeadura mais tardia, onde foram realizadas as aplicações de herbicidas”, relata o Informativo.
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Estado
O estado vem registrando chuvas, mas elas continuam irregulares. Nos últimos dias, as precipitações se concentraram nas regiões Sul e Leste. “Aliviou momentaneamente o estresse em lavouras beneficiadas. No entanto, na maior parte do território estadual, não houve precipitações ou elas foram insuficientes para reverter o quadro de estiagem”, aponta a Emater/RS-Ascar.
Além disso, o calor foi intenso e com alta intensidade da radiação solar, o que elevou as taxas de evapotranspiração. De acordo com o Informativo, houveram picos de mais de 6 mm/dia. Essa condição impacta negativamente as lavouras em desenvolvimento (48%), em florescimento (35%), e em enchimento dos grãos (17%). “Nas lavouras mais afetadas, as plantas não recuperam a turgescência no período da noite, e é possível observar folhas murchas nas primeiras horas da manhã, assim como a queda acentuada de flores. Nota-se, de maneira geral, que ocorre desfolha, concentrada no terço inferior, e pouca emissão de novas folhas”, relata o documento.
O clima seco também está favorecendo a incidência de pragas e doenças. Os destaques são tripes, ácaros e oídio.
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Com informações da Emater/RS-Ascar