Desafios da Soja

Colheita soja no Rio Grande do Sul atinge reta final e chega a 90%

A colheita da soja apresentou certo avanço na última semana no Rio Grande do Sul, especialmente na região Sul, chegando aos 90% da área total do estado. No entanto, a chuva e umidade mais ao Norte impediram grandes avanços da operação. As demais lavouras estão em fase de maturação. A atualização foi divulgada nesta quinta-feira (19) pelo Informativo Conjuntural da Emater/RS-Ascar.

Mesmo com a evolução, a colheita ainda não chega aos mesmos patamares dos últimos anos para esta época do ano. Em 2021, ela estava em 97% neste período de maio, enquanto a média é de 98%. Com o atraso da colheita e as chuvas, produtores estão desistindo de realizar a colheita, enquanto outros registram perdas por excesso de umidade, abertura de vagens e germinação dos grãos.

Abandono e prejuízos

Muitos agricultores da regional de Santa Rosa decidiram não realizar a colheita após analisar as condições de algumas lavouras, já que os custos da operação e da produção não cobririam as despesas, conforme a Emater/RS-Ascar. A colheita na região está em 92%, com o clima possibilitando poucos acessos às áreas. “As áreas implantadas sobre resteva de milho apresentam boa evolução da perda de água nos grãos, mas os produtores esperam a diminuição da umidade para proceder a colheita. A qualidade dos grãos das lavouras safrinha tem se elevado um pouco”, relata o Informativo. Como essas áreas não possuem amparo do Proagro, devido ao plantio fora da época recomendada pelo Zoneamento Agroclimático, há preocupação pela possibilidade de geada.

Em Erechim, onde restam apenas 2% da áreas para serem colhidas, as chuvas também estão prejudicando e atrasando a colheita. “Os insumos para a próxima safra estão com preços mais altos na comparação com o preço do produto. Poderá faltar fertilizante”, alerta a entidade.

Apesar da colheita ter avançado mais significativamente na regional de Bagé, a preocupação com lavouras de várzeas persiste, devido ao excesso de umidade no solo e às previsões de novas precipitações. “De maneira geral, há perdas nas lavouras por excesso de umidade e alagamento. Os danos se concentram nas áreas de várzeas próximas de cursos d’água, onde houve forte acamamento de plantas ou alagamento por período prolongado”, relata o Informativo.

A diminuição de produtividade pela chuva também ocorre na regional de Caxias do Sul, onde muitas lavouras apresentam abertura de vagens e germinação dos grãos. Isso também deve provocar a depreciação do produto e a perda do valor no momento da comercialização.

Com informações da Emater/RS-Ascar