A safra de trigo no Rio Grande do Sul está se desenvolvendo de forma positiva, mantendo a expectativa inicial de produtividade, que indica uma colheita recorde no estado. Apesar desse cenário otimista, alguns problemas estão afligindo as lavouras gaúchas, com potencial de prejuízos. Entre eles, está a presença de pragas, principalmente pulgões, insetos sugadores que estão apresentando a maior incidência dos últimos três anos, de acordo com especialista.
“O que nós estamos vendo nesta safra é a ocorrência de pragas que nas últimas safras estavam com baixa incidência e que agora estão aumentando”, avalia o pesquisador em entomologia Glauber Renato Stürmer, da Cooperativa Central Gaúcha Ltda (CCGL). Enquanto na implantação da cultura foi registrada a ocorrência de corós, atualmente o destaque são os pulgões. Além disso, também foram registrados danos por percevejos. Essa elevação é resultado das condições climáticas favoráveis e a estiagem registrada no verão passado, que causou abandono de lavouras de soja e milho.
“O que nos preocupa é uma ocorrência significativa na cultura [trigo], até com algumas características de dificuldade de controle. Em algumas regiões que estão com cultivo de milho também há ocorrência elevada no desenvolvimento inicial, o que também não é uma situação típica de ocorrência de pulgões nesse estádio da cultura”, adianta o pesquisador.
Características
Os pulgões causam danos por meio da alimentação, mas principalmente pela transmissão de viroses, que podem provocar danos de 50% a 60%, se não controlados, na cultura de trigo, de acordo com Stürmer. Por isso, é importante controlar o vetor antes ele possa transmitir a virose. “É importante sempre estar presente monitorando a praga para fazer as intervenções quando forem necessárias, evitando perdas potencias na cultura”, destaca o entomologista.
Essa intervenção pode ser feita com controle químico ou biológico, sendo que a recomendação é que a intervenção com inseticidas seja feita quando a incidência de pulgões atingir 10% das plantas. “As doses que os produtores vinham trabalhando não estão performando, então é reinfestação, a gente vê que não está tendo uma eficiência efetiva de controle. Então está necessitando novas intervenções com doses maiores”, relata Stürmer. Além disso, há orientação que seja feito um manejo integrado, considerando a rotação de culturas e adoção de diferentes estratégias.