Ao chegar ao apiário na última terça-feira (12), o produtor rural Ronei Mendonça Franco sentiu cheiro de “abelhas podres”. Até o momento, os apicultores encontraram no local cerca de 300 colmeias, com 30 mil abelhas cada, mortas. O apiário fica em uma plantação de eucalipto da fazenda São Joaquim, localizada no segundo subdistrito de Parové, em Alegrete – RS. O prejuízo é compartilhado com outros seis apicultores que produzem no mesmo apiário.
“Faz 26 anos que trabalho com abelhas e nunca tinha acontecido um caso tão grave quanto este”, desabafa Franco. A suspeita dos apicultores é de que as mortes foram causadas por uso de agrotóxicos em uma plantação próxima, onde foi realizada a dessecação para plantio do trigo. “Deve ter botado o dessecante e aplicado veneno para formiga junto”, aponta o apicultor. Ronei afirma que análises serão realizadas para atestar essa hipótese e que pretende cobrar indenização pelo prejuízo.
O 2º Batalhão Ambiental da Brigada Militar informou que uma guarnição esteve no local para levantamento e que já há um registro de ocorrência na Delegacia de Polícia Civil. Além disso, a Secretaria de Meio Ambiente do município e a regional da Secretaria de Estado da Agricultura devem comparecer no local amanhã (19). Segundo o 2º BABM, informações sobre quantitativo de abelhas e possível causa da mortandade serão divulgadas somente após a análise da Secretaria da Agricultura.
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Danos
Após perder todas as colmeias, o prejuízo é calculado em R$ 230 mil, além de haver uma longa recuperação pela frente. “Vai ser difícil porque as abelhas sumiram, vamos ter que correr atrás”, explica. A estimativa é de uma queda de 40% na safra de mel de primavera. “Isso prejudica de tudo que é lado, nós geramos emprego e renda para a cidade”, afirma Ronei.
Na última safra, os produtores já haviam produzido “quase nada” devido à estiagem. Agora, há um novo prejuízo. “É uma tristeza horrível, nunca tinha passado por isso aí”, relata o apicultor.
