Trigo

Aumento da área de trigo no RS é previsto em 9,7%

A expectativa de crescimento na área plantada de trigo no Rio Grande do Sul está impulsionando a projeção nacional. Com o plantio previsto para começar neste mês, o estado deve totalizar mais de 1,27 milhões de hectares, um crescimento de 9,7% em relação a 2021. No país, a área plantada deverá aumentar 3%, podendo chegar a mais de 2,8 milhões de hectares semeados, segundo o 8º Levantamento da Safra de Grãos 2021/2022, divulgado nesta quinta-feira (12) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).

Na última safra, o estado plantou 1.164,6 hectares e atingiu recordes. A produção alcançou o patamar inédito de 3,4 milhões de toneladas. Neste ano, a produtividade para o estado está projetada pela Companhia em 2.940 kg/ha, aumento de 1,9%, enquanto a produção deve chegar a mais de 3,7 milhões de toneladas, crescimento de 7,6%.

“Existe uma combinação atual considerada atrativa para os produtores do cereal, com bons preços pagos pelo produto, aumento da demanda no âmbito internacional (com os recentes problemas políticos entre dois dos maiores produtores mundiais do trigo: Rússia e Ucrânia) e uma janela de plantio mais favorável do que na temporada passada, sendo alguns dos fatores que corroboram para essa estimativa de aumento na área plantada”, avalia a Conab.

Desafios

Apesar do otimismo quanto aos números, o setor vem demonstrando preocupação quanto à elevação dos custos de produção e à restrição do crédito bancário. Os custos de produção do cereal cresceram 51,71% nos últimos 12 meses, conforme a FecoAgro/RS. Desta forma, será preciso colher 64,58 sacas por hectare para cobrir o custo total. Esse número representa uma produção 24,9% maior do que era necessário na safra anterior. Apenas para pagar os gastos com o desembolso, o produtor precisará colher 50,12 sacas para atingir o ponto de equilíbrio.

“Tem muito produtor que está fazendo cultura de trigo para recuperar o prejuízo da soja, e ele vai olhar o sistema como um todo para fazer o seu plantio. A grande preocupação são os altos custos de produção e a restrição de crédito bancário para a formação das lavouras. Infelizmente temos um percentual muito pequeno de atendimento com juros controlados no Estado”, avaliou o diretor e coordenador da Comissão do Trigo e Culturas de Inverno da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Hamilton Guterres Jardim, durante reunião da Câmara Setorial do Trigo, realizada neste mês.

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