Leite

Qualidade de queijos produzidos em Roque Gonzales no RS é reconhecida com premiações

Queijos artesanais produzidos pela família Neubüser, na linha Dona Otília, em Roque Gonzales, receberam premiações em concursos realizados no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. O reconhecimento foi recebido pela família que, unida, produz em torno de 600 quilos de queijo artesanal por mês.

Queijos artesanais produzidos pela família Neubüser, na linha Dona Otília, em Roque Gonzales, receberam premiações em concursos realizados no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina. O reconhecimento foi recebido pela família que, unida, produz em torno de 600 quilos de queijo artesanal por mês. A entrega do certificado de premiação no 2º Concurso de Queijos Artesanais e Doces de Leite do Rio Grande do Sul é o destaque à experiência de quatro décadas da família na produção de queijos artesanais, com a trajetória iniciada na Suíça. A família foi premiada em duas categorias no concurso, realizado em Porto Alegre no final de maio com o objetivo de valorizar os produtos lácteos artesanais produzidos no Estado, bem como toda a diversidade, tradição e inovação do setor queijeiro gaúcho.

No concurso, promovido pela Emater/RS-Ascar, Agência Gaúcha do Leite (AGL) e Sebrae, foram premiados dois queijos autorais da família: Galla, com a medalha de ouro, e Dona Otília, com a medalha de bronze. As conquistas seguiram com o Prêmio Ouro, para o queijo Edammer, a medalha de prata, para o Queijo Gouda, e três medalhas de bronze, para o Tilsiter, Dona Otília e Gruyére, no VI Prêmio Queijo Brasil. O concurso aconteceu no Parque Vila Germânica em Blumenau, no mês de julho.

As certificações foram entregues em agosto e em outubro por lideranças e pela gerência regional da Emater/RS-Ascar, pelo assistente técnico regional Jorge João Lunardi e pelo extensionista do Escritório Municipal de Roque Gonzales Luís Ademar Wilhelm, reconhecendo o perfil da região na produção de alimentos de qualidade e agregação de valor ao leite, atividade que gera o segundo maior volume de renda no meio rural da região. Toda a matéria-prima utilizada na elaboração dos queijos artesanais da família Neubüser é produzida em sua propriedade, seguindo padrões de qualidade.

A trajetória na produção de queijos artesanais

Tudo começou em 1981, quando o produtor Milton Neubüser foi para a Suíça, por meio de intercâmbio. Em Kreuzlingen, uma comunidade no norte suíço, encontrou algo que o encantou: uma queijaria. “Foi aí que me encontrei. Estava realizado e com a certeza de que era aquilo que eu queria fazer para sempre”, relata Milton.

Foram 10 anos de trabalho na queijaria suíça. A saudade fez o mestre queijeiro retornar, em 1992, à sua cidade natal, Roque Gonzales, onde investiu suas economias para iniciar a atividade leiteira e a produção de queijos artesanais. “Eu era muito jovem e via meus pais uma vez por ano, a saudade de casa e da família começava a pesar. O fato de ver que a vida é curta me fez retornar”, comenta.

No ano 2000, a família inaugurou o Porão de Queijo Suíço, junto à localidade de Dona Otília. Como mestre queijeiro, Milton é o responsável pela fabricação, conhecimento que está sendo compartilhado com a filha Betina. “Embora o porão não porte as mais altas tecnologias, o processo é todo artesanal, temos o controle de um grande diferencial de um excelente produto, que é a origem do leite”, relata o produtor, lembrando que a qualidade está ligada ao manejo animal. “Temos aproximadamente 30 animais e todo leite que industrializamos aqui é próprio. Não existe queijo bom sem leite bom, por isso investimos na produção leiteira própria. Alimentos errados podem influenciar o leite e, consequentemente, o queijo”, acrescenta.

Os fermentos usados na fabricação dos queijos são importados da Suíça. “As técnicas para a fabricação do queijo são as mesmas utilizadas naquela fábrica que trabalhei na década de 80. O que realmente distingue o processo é a tecnologia. Lá existiam equipamentos modernos e automáticos, aqui é tudo manual”, conta Milton.

Diante das premiações recebidas, a filha Betina avalia que os certificados e as medalhas significam que todo esforço, dedicação, amor e persistência na fabricação dos queijos, valeram a pena. “É um reconhecimento que nos faz ter mais força para seguirmos adiante com nossa produção. Também é um ótimo meio para alcançarmos novos públicos”, afirma.

Fonte: Emater