Milho

Mercado de milho deve reverter movimento de queda registrado em janeiro

A programação de embarques nos portos brasileiros, indicou que poderão ser exportadas 2,226 milhões de toneladas de milho em fevereiro

Os preços do milho voltaram a avançar nesta semana devido às preocupações relacionadas ao clima seco durante o período de desenvolvimento das lavouras, com possibilidade de impactos negativos sobre a produtividade das lavouras no Sul do País e na Argentina. O ritmo intenso das exportações brasileiras em janeiro/23 também auxiliaram na melhora das cotações.

Atentos a este cenário e a pontuais problemas logísticos, vendedores limitam a disponibilidade de lotes no spot nacional, enquanto outros elevam os valores pedidos. De acordo com informações da SAFRAS & Mercado, em alguns estados os preços cederam um pouco com o avançar da colheita de verão, mas a tendência é de que este cenário se reverta ao longo de fevereiro.

Safra de verão

A evolução do índice vegetativo está indicando um bom potencial produtivo das lavouras de milho na safra atual. Contudo, no Rio Grande do Sul, o índice vegetativo encontra-se abaixo da média no noroeste gaúcho em razão da restrição hídrica. Segundo a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), até o momento, os gráficos expressam condições mais positivas comparadas à safra passada, que foi fortemente impactada pela falta de chuvas.

O ritmo de colheita da soja ainda se mostra bastante tímido, com o desenvolvimento das lavouras mais atrasado neste ano, o que tem aberto uma boa janela para embarques de milho ao longo de fevereiro, algo que não é muito comum.

Exportação

O Brasil escoou 6,34 milhões de toneladas em janeiro, volume 132% superior ao de janeiro/22, segundo a Secretaria de Comércio Exterior (Secex). Com média de 288,546 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 290,80. Dessa forma, a receita do mês ficou em US$ 1,845 bilhão, com média diária de US$ 83,898 milhões.

A programação de embarques nos portos brasileiros, indicou que poderão ser exportadas 2,226 milhões de toneladas de milho em fevereiro, que abre a temporada comercial 2023/24, conforme levantamento da Agência Safras.

“Essa condição de demanda aquecida na exportação deve fazer com que a diferença entre os valores de compra e venda do milho nos estados sigam elevados, com os produtores apostando em um novo movimento de alta nas cotações e os consumidores se mostrando mais preocupados por ter de desembolsar valores maiores pela saca de 60 quilos do cereal”, informa a Agência Safras.

Contudo, para março e abril a expectativa é de um menor movimento de embarques do milho, quando a colheita e o escoamento da soja estiverem a pleno. Entretanto, a logística estará toda concentrada na oleaginosa, o que pode contribuir para um encarecimento dos fretes para o deslocamento do milho a longas distâncias, favorecendo um novo ciclo de alta nos preços.

Mercado

No balanço do mês, o milho baixou de R$ 86,00 para R$ 85,00 na base de venda em Cascavel, no Paraná. Em Erechim, Rio Grande do Sul, a cotação na venda passou de R$ 95,00 para R$ 93,50 a saca.

Com informações: Cepea, Agência Safras e Conab