Agronegócio

Mesmo com estiagem, produção brasileira de grãos atinge recorde na safra 2021/22

A estiagem que afetou os cultivos no Sul do país não impediu que a produção brasileira de grãos atingisse um patamar recorde na safra 2021/22. A colheita no país está estimada em 271,2 milhões de toneladas. O aumento é de cerca de 5,6%, isto é, o país produziu quase 14,5 milhões de toneladas a mais do que na safra anterior. Os resultados foram divulgados hoje (08) pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no 12º Levantamento da Safra de Grãos.

“Embora tenha passado por adversidades climáticas em algumas regiões produtoras, principalmente nos estados da região Sul do país, esta é a maior colheita já registrada dentro da série histórica de produção de grãos no Brasil”, ressalta o presidente da Conab, Guilherme Ribeiro.

Culturas

Apesar do crescimento geral, o principal grão do país apresentou queda na produção. A soja não escapou da falta de chuvas e altas temperaturas em importantes regiões produtoras. No Rio Grande do Sul, por exemplo, a quebra registrada superou 50%. Com isso, a colheita da soja está estimada em 125,6 milhões de toneladas, uma redução de aproximadamente 10% em relação à safra 2020/21.

Por outro lado, o milho apresentou recuperação e ampliou a produção em 30%, chegando a 113,2 milhões de toneladas. O resultado se deve principalmente à segunda safra, já que na primeira houve estabilidade e a produção ficou em 24,9 milhões de toneladas. Na segunda, o crescimento foi de 41,8%, alcançando 86,1 milhões de toneladas.

Porém, o resultado poderia ter sido ainda maior, já que foi afetado pela falta de chuvas em Goiás, São Paulo e Minas Gerais, além do ataque de cigarrinhas nas lavouras de diversos estados. “Há duas safras houve o registro de cigarrinhas em regiões de clima frio. A partir daí, a praga tem aparecido de forma mais recorrente. Para a safra 2022/23, os produtores precisam ter bastante atenção quanto ao surgimento desse vetor de forma a tentar melhor controlá-lo”, explica o diretor de Informações Agropecuárias e Políticas Agrícolas, Sergio De Zen.

O algodão também teve a produtividade parcialmente afetada por estresse hídrico em algumas lavouras. No entanto, a qualidade da pluma é considerada muito boa devido ao clima. Essa falta de chuvas também está favorecendo o andamento da colheita, prevista para finalizar em setembro, com estimativa de 2,55 milhões de toneladas.

A Conab também destaca o sorgo, que foi impulsionado pelos preços do milho e atingiu recorde de 2,85 milhões de toneladas produzidas, crescimento de 36,9% em relação à safra passada.

No caso do feijão, a produção está estimada em aproximadamente 3 milhões de toneladas, mesmo com problemas climáticos em todas as três safras. O resultado atende o abastecimento do país. Por fim, o arroz também registrou redução na produção, com volume total estimado em 10,8 milhões de toneladas. A queda é efeito da diminuição da área de plantio e da produtividade média nacional. A Conab ressalta que a produção também é suficiente para a demanda do mercado interno.

Culturas de inverno

A estimativa de produção recorde para o trigo foi ampliada e a colheita pode chegar a 9,4 milhões de toneladas. “Houve leve atraso na semeadura no Sul do país devido ao excesso de chuvas, mas as condições são favoráveis ao desenvolvimento das lavouras”, afirma a Companhia.

Com informações da Conab