Desafios da Soja

Soja lidera e área total tratada com defensivos agrícolas cresce 12,1% em 2021

Com a soja liderando a utilização de defensivos, a área tratada com os insumos cresceu 12,1% no Brasil em 2021, em relação ao ano anterior. Foram aplicados defensivos em 1,883 bilhão de hectares, ante 1,679 bilhão de hectares em 2020, conforme dados divulgados hoje (11) pelo Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg). O volume utilizado também cresceu, passando de 1,081 milhão de toneladas para 1,183 milhão t, aumento de 9,4%. Além disso, o valor de mercado dos produtos teve elevação de 17,4%.

Em 2021, os inseticidas foram utilizados em 27% da área tratada com defensivos agrícolas, enquanto os herbicidas em 23%. Os fungicidas correspondem a 18% da área e o tratamento de sementes se limitou a 8%. Por fim, foi feita aplicação de outras categorias de produtos em 24% da áreas.

A maior parte da área tratada com defensivos agrícolas no país é de soja, que representa 56% do total, com mais de um bilhão de hectares. O crescimento é de 15,56% em relação ao ano anterior. Já o milho foi a cultura que mais cresceu percentualmente em aplicações, com aumento de 23,82%, chegando a 305,3 milhões de hectares. Outros destaques são o trigo, que aumentou em 16% a área tratada, atingindo 47,9 milhões de hectares; as pastagens (+8%); o café e os citros (+6% cada); e a cana (+5%).

“O levantamento encomendado pelo Sindiveg mostra que 46% da área tratada receberam aplicações entre outubro e dezembro de 2021, tradicional período de semeadura da soja. O segundo período mais importante foi o primeiro trimestre, com 30% das aplicações, momento importante para plantio de milho”, informa Julio Borges, presidente da entidade.

Na contramão, os hortifrútis apresentaram decréscimo de 1,5%, o feijão de 4,5%, o arroz de 8% e o algodão de 12%.

Mercado

O valor de mercado dos defensivos efetivamente aplicados pelos agricultores aumentou 17,4% em 2021, atingindo US$ 14,655 bilhões. A soja representou 53% do valor total, com US$ 7,779 bilhões, enquanto o milho participou com 13% e a cana, com 9%.

Difícil controle

O aumento na utilização é creditado ao crescimento de pragas, doenças e ervas daninhas de difícil controle. As pulverizações contra cigarrinhas, por exemplo, tiveram elevação de 98%. Já as aplicações contra mosca-branca e percevejos subiram 29% e 25%, respectivamente. Os agricultores também utilizaram mais fungicidas protetores, com aumento de 18%.

“As estatísticas de área tratada [..] mostram que o produtor tem investido cada vez mais em tecnologia e prevenção contra as pragas, doenças e ervas daninhas”, afirma Borges.

Desafios

Em 2021, a indústria de defensivos agrícolas relata que enfrentou problemas relacionados a aumento do câmbio, desabastecimento de algumas matérias-primas vindas da China, atraso nas entregas, elevação dos custos dos fretes marítimos e consequente pressão dos custos. A entidade reconhece faltas pontuais e de alguns produtos específicos, problema que credita ao cenário logístico global.

Além das condições externas, a estiagem e o clima brasileiro também são apontados como desafios do último ano. “Temos a dádiva de ter mais de uma safra por ano, mas também o desafio de controlar o persistente ataque das pragas e doenças. Um ano é mais severo que o outro. Os países de clima temperado não enfrentam esse nível de problema, muito devido às temperaturas baixas e à neve, que dificultam a propagação das pragas”, explica Julio Borges.

Levantamento

O conceito de área tratada é o resultado da multiplicação da área cultivada em hectares pelo número de aplicações de defensivos e, ainda, pelo número de produtos formulados em cada uma das aplicações. O Sindiveg aplica esse conceito desde 2020, utilizando dados encomendados à Spark Consultoria Estratégica, que realiza pesquisa junto aos agricultores.

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Com informações do Sindiveg