Meeting Up.Herb

Crescimento de plantas daninhas de difícil controle desafiam setor e são foco de evento em Passo Fundo-RS

O Meeting Up.Herb foi realizado nesta quarta-feira (17), em Passo Fundo-RS

As plantas daninhas são um desafio antigo da agricultura, porém produtores e especialistas vêm encontrando novos desafios no controle das invasoras, que tem grande potencial de reduzir a produtividade e comprometer a produção. “O principal desafio é o aumento das espécies de difícil controle, principalmente em função do processo de seleção. Pela repetição do uso de uma mesma estratégia, foram selecionadas algumas espécies de difícil controle, tanto tolerantes quanto resistentes aos principais herbicidas. Isso torna, para quem está no campo, difícil de tomar a decisão de qual é a melhor estratégia por causa dessa diversidade toda dentro da população de plantas”, ressalta o professor Mauro Rizzardi, da Universidade de Passo Fundo.

Diante desse contexto, foi realizado nesta quinta-feira (17) o Meeting Up.Herb, em Passo Fundo-RS, para debater estratégias de manejo e inovações nas tecnologias de aplicação. “Hoje, a área de plantas daninhas demanda muita informação e, pra gente suprir essa informação, esse tipo de evento é fundamental para quem está trabalhando diretamente no setor produtivo”, ressalta Rizzardi, CEO da Up.Herb e organizador do evento. O Portal Destaque Rural participou como apoiador do evento.

O evento, realizado no Centro de Eventos da UPF, reuniu cerca de 600 estudantes, produtores rurais e profissionais da área. “Eu busco sempre estar me atualizando a respeito de assuntos diversos relacionados à agronomia, especialmente plantas daninhas, que é um assunto interessante. A cada safra aparecem mais dificuldades de manejo, novas plantas daninhas e plantas daninhas que estão sendo resistentes aos herbicidas”, ressalta o engenheiro agrônomo e produtor rural em Tapera-RS, Lucas Cossul.

Sistema produtivo

Para driblar os problemas de resistência e tolerância, o manejo de plantas daninhas exige estratégias que vão além do controle químico e que demandam continuidade ao longo do tempo. “Eu tenho que pensar a longo prazo, tenho que pensar no sistema produtivo, pensar em rotação de culturas e em rotação de mecanismo de ação. O uso, por exemplo, do milho para controle dessas plantas daninhas de folha estreita é primordial. A inserção de uma cultura diferente e de novos mecanismos de ação, que normalmente não são utilizados, é de fundamental importância”, destaca Anderson Nunes, Professor do IFRS Campus Sertão, palestrante do evento.

O evento apresentou palestras com especialistas em plantas daninhas que são referência no Sul do país | Foto: Pablo Pinheiro/Destaque Rural

Boas práticas

O Meeting Up.Herb também abordou as boas práticas no uso de herbicidas hormonais, levando em conta as instruções normativas em vigor no Rio Grande do Sul, que exigem treinamentos dos aplicadores e registros para o uso adequado de herbicidas hormonais. O objetivo das medidas é evitar o uso incorreto e a deriva dos produtos, o que pode gerar danos ao meio ambiente e às culturas sensíveis.

“Utilizar e aplicar o produto da maneira correta é uma forma fácil de ter uma produtividade muito maior e conseguir combater o que você quer. No caso das plantas daninhas, você tem que aplicar o produto em cima para combater elas e essas instruções normativas vieram para ajudar o agricultor, o usuário final, a aplicar e usar os produtos de uma maneira bem mais adequada”, explica Jair Maggionni, Coordenador de Gestão de Produtos da Corteva, que mediou o debate sobre boas práticas.

Trigo e o Azevém

Considerando que a safra de trigo está em andamento no Rio Grande do Sul, o azevém já é um ponto de atenção nas lavouras. “Em relação ao trigo, a planta daninha que é a mais preocupante é o azevém, que tem manejo bem difícil. Eu penso que com esse evento a gente pode ter mais experiências e conhecimentos para manejar ele melhor”, avalia o produtor Lucas Cossul.

O professor Anderson Nunes destaca a importância da aplicação de pós-emergente no momento certo. “O ponto principal é aplicar esses herbicidas no tamanho ideal, que é basicamente o azevém com três a quatro folhas, não estando no perfilhamento porque quando entra no perfilhamento esses herbicidas têm maior dificuldade de controle”, ressalta. Além do estágio de desenvolvimento, ele destaca a importância do cuidado com algumas misturas entre produtos e o uso de adjuvantes quando necessário.

Independente da cultura e da planta daninha predominante, a informação difundida em eventos com o Meeting Up.Herb é fundamental para a produção agrícola qualificada e responsável.