Com o fim oficial do fenômeno El Niño, declarado na quinta-feira (13), estamos agora em um período de neutralidade climática até o começo do fenômeno La Niña. Essa fase de neutralidade já apresenta efeitos no clima do Rio Grande do Sul, com oscilações nas condições climáticas.
“Estamos está nessa fase de transição, então a gente vai ter, em alguns momentos, períodos de tempo mais secos e períodos de tempo mais chuvosos. Então a gente teve o avanço de uma frente fria entre sábado (14) e domingo (15). Ontem tivemos volumes de chuva bastante expressivos em áreas do Centro, Norte, Leste e Nordeste, principalmente a região de Cambará, com mais de 240 milímetros acumulados”, aponta a meteorologista do Instituto Riograndense do Arroz (Irga), Jossana Cera.
Essa frente fria está semi-estacionária sobre o Rio Grande do Sul devido a uma massa de ar quente e seco que atua sobre o Centro-Oeste do país. Com isso, o estado deve ter ainda mais chuva forte nesta segunda-feira (17) a partir do noroeste do estado. O tempo fechado e com instabilidade vai seguir até o final do mês, com poucos momentos de abertura.
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Neutralidade e Inverno
Grande parte do inverno, que começa na quinta-feira (20), irá se passar durante o período de neutralidade. A meteorologista ressalta que a neutralidade não significa normalidade. “A exemplo deste mês de junho, a gente teve um mês com chuvas abaixo da média e temperaturas acima, bem acima do normal em alguns momentos, e agora a segunda quinzena mais chuvosa e com temperaturas mais amenas”, relembra.
O início oficial do fenômeno La Niña deve ser declarado entre julho e agosto, ou até mesmo setembro. “Acredito que essa primeira metade do inverno deve ter ainda essas oscilações de temperatura e de chuvas. E, a partir da segunda metade do inverno, a gente começa a observar alguma redução, mesmo que tímida, nas precipitações e um tempo maior das entradas de massa de ar um pouco mais frias”, avalia Jossana.
Apesar da maior propensão para as entradas de massas de ar frio no inverno, neste ano os eventos de frio não devem ser tão duradouros em decorrência do período de transição entre o El Niño e o La Niña. “Essas oscilações de tempo seco, chuvoso, períodos de calor, de temperaturas mais altas e de temperaturas mais baixas também vão ocorrer”, aponta a meteorologista.
A tendência, com o La Niña, é de que o inverno se prolongue um pouco mais, provocando um mês de setembro com temperaturas um pouco mais baixas do que a média e com a entrada de massas de ar mais frias sobre o Estado. “A gente tem o risco de geada tardia também que pode ter algum risco para algumas culturas”, alerta a meteorologista.
Atualização
Notícia atualizada em 19/06, às 9h: A data oficial de início do inverno foi atualizada pelo Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) da sexta-feira (21) para a quinta-feira (20).
