A citricultura é uma atividade social e econômica importante para o Rio Grande do Sul. Estima-se que atualmente são cerca de 8 mil produtores no Estado. Uma das principais tarefas da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) é o monitoramento e a prevenção da HLB/Greening, considerada a doença mais devastadora da citricultura mundial e que ainda não teve registros no Rio Grande do Sul. Como forma de ampliar o Plano de Monitoramento de Diaphorina citri, vetor da doença do Greening, o Departamento de Defesa Vegetal (DDV) está instalando armadilhas adesivas em pomares comerciais e domésticos de citrus no Estado. Ao todo, 43 municípios gaúchos vão receber o material e serão mais de 200 pontos monitorados.
De acordo com a chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal da Seapi, Rita Antochevis, as armadilhas adesivas amarelas atraem os insetos e eles ficam grudados. A cada 15 dias os fiscais estaduais agropecuários irão até o local para o recolhimento do material para análise e instalação de novas armadilhas. “Caso sejam encontrados os insetos, eles serão coletados e enviados para o laboratório, para analisar se estão infectados com a bactéria que causa do greening. Porque só ter a presença do inseto não quer dizer que tenha a doença, ele tem que estar infectado”, ressalta.
A cada 15 dias os fiscais estaduais agropecuários farão monitoramento a campo – Foto: Julia Chagas / Seapi
Propriedade de São Sebastião do Caí está sendo monitorada
São cerca de 15 hectares de terra com plantio de citrus. Entre eles, laranja, bergamota e limão. Uma produção que iniciou nos anos 70,80 e desde lá vem passando de geração em geração. “Começamos a produção de citrus aqui em São Sebastião do Caí com meu avô. Aí passou para o meu pai, agora tem meu irmão trabalhando junto e quero ver se passo isso aí para o meu filho”, destacou Rodrigo Gossler que hoje toca a produção de citrus ao lado do pai Alicio Gossler.
A propriedade registra uma produtividade de cerca de 8 mil caixas de 25 mil quilos durante a safra, que se destacam pela qualidade das frutas. Rodrigo Gossler autorizou a instalação das armadilhas nos seus pomares e vê com bons olhos o monitoramento que a Secretaria da Agricultura vem realizando. “Eu vejo como um trabalho preventivo. Porque se essa doença vier para cá nós vamos ter que mudar de ramo. E vai ser bem difícil. A gente não está acostumado a trabalhar com outras coisas. Foi a vida inteira só trabalhando em citrus”, garante.
Rodrigo Gossler e o pai Alicio Gossler estão com os pomares de citrus sendo monitorados – Foto: Divulgação Ascom Seapi
Prevenção
O HLB/Greening já está presente nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e na Argentina e Uruguai, que fazem fronteira com o Rio Grande do Sul. O DDV já faz o monitoramento da doença a campo há muitos anos, indo nos pomares para verificar a situação das plantas, e também a fiscalização nos postos de fronteira com relação ao trânsito de mudas que podem vir de fora do Estado. “O greening apresenta uns sintomas que são muito característicos que é amarelecimento da planta, os frutos ficam pequenos e deformados. Então quando as equipes encontram uma planta suspeita, coletam o material e encaminhamos para o laboratório”, afirma Rita.
Neste ano foram realizadas 18 coletas de plantas e frutos com sintomas, todas negativas para a doença.
Notificação de casos suspeitos
Caso os citricultores ou pessoas que tenham árvores de citros em pomares domésticos encontrem sintomas semelhantes, podem entrar em contato com a Divisão de Defesa Sanitária Vegetal, através do e-mail [email protected] ou pelo telefone (51) 3288-6294. Desta maneira, a Secretaria da Agricultura poderá enviar uma equipe de fiscalização para proceder à coleta de material para análise fitossanitária.
Fonte: Seapi