Apenas no primeiro semestre de 2023, o Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio alcançou R$1,35 trilhão, e as previsões são de que até o final do ano ele chegue a R$ 2,63 trilhões, segundo informações do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalq/USP. Dados como esses mostram a importância do setor e ajudam a consolidá-lo como um dos principais pilares da economia brasileira.
O sucesso e crescimento do agronegócio se deve muito aos investimentos em tecnologia e inovação, que estão resultando na otimização de tarefas agrícolas, desde o plantio até a colheita, e trazendo mais agilidade e produtividade para toda a indústria.
Pensando nisso, listamos 5 tecnologias que vão seguir transformando o agronegócio brasileiro em 2024. Confira:
Robôs colaborativos
Os cobots são leves, fáceis de instalar e possuem boa flexibilidade, sendo ótimos aliados do agronegócio nas linhas de produção dos maquinários agrícolas. “Além de maior produtividade e qualidade para o processo, os robôs colaborativos garantem mais segurança para o trabalhador, pois atuam de forma complementar aos operadores realizando atividades perigosas, repetitivas e maçantes. Eles possuem um enorme potencial de ajudar a transformar o ecossistema do agronegócio e já estão sendo cada vez mais utilizados no Brasil e no mundo”, explica Bruno Zabeu, Gerente de Desenvolvimento de Negócios da Universal Robots na América do Sul, empresa líder na produção de robôs colaborativos (cobots).
Inteligência artificial
Segundo o levantamento Agenda 2023, realizado pela Deloitte, 20% dos empresários do agronegócio já utilizam inteligência artificial, e 32% têm intenção de começar a adotar a tecnologia. Isso mostra que o setor está atento às tendências do mercado e focado em adotar novas ferramentas que ajudem no seu desenvolvimento. “É fundamental reconhecer o papel revolucionário da inteligência artificial para melhorar a eficiência, reduzir custos e aumentar a receita do agronegócio. O uso de IA no setor ainda está em fase inicial, mas certamente irá crescer muito no próximo ano – principalmente conforme as empresas perceberem os benefícios de implementar a tecnologia”, analisa Mateus Magno, CEO da Sambatech, líder em desenvolvimento de ecossistemas que geram transformação, inovação e crescimento por meio do método simples.
Carne de laboratório
De acordo com um estudo realizado pela Ipsos em parceria com o programa EscolhaVeg da ONG Mercy For Animals, 20% dos brasileiros evitam o consumo de carne de animais, incluindo bovina, aves e suína. “Esse número é significativo e está chamando a atenção da indústria alimentícia, que tem investido em alternativas para atender as demandas de veganos, vegetarianos e pescetarianos. Nesse cenário, a carne de laboratório já faz sucesso entre essa comunidade e seu consumo será cada vez mais comum daqui para frente”, pondera Leonardo Zanovello, Account Manager da Corning Life Sciences da América Latina, uma das líderes mundiais em inovação da ciência de materiais.
Telemetria e geoprocessamento
Apostar em ferramentas tecnológicas para a otimização da utilização e disponibilidade do maquinário no agronegócio é de extrema importância. “Contextualizar o planejamento da operação na plataforma e o acompanhamento da execução dos trabalhos são um dos principais desafios e ao mesmo tempo melhorias significativas dentro do setor. Por isso, o investimento em ferramentas de telemetria e geoprocessamento reduz os custos e aumenta a produtividade no campo, já que como consequência, temos a centralização da gestão de múltiplas operações agrícolas e rápida comparabilidade entre elas”, afirma Vinicius Callegari, CCO da GaussFleet, maior plataforma SaaS de gestão de máquinas móveis para construtoras, operadores logísticos e siderúrgicas.
Cultivo regenerativo
Os sistemas agroflorestais são essenciais para a recuperação de áreas degradadas, possibilitando novos plantios e o cultivo de alimentos 100% puros. O impacto, além de ambiental, é social. De acordo com Alessandra Bressan, Gerente de Mudanças Climáticas da Agroforestry Carbon, “envolvemos pequenos produtores, que não teriam a oportunidade de trabalhar com a compensação de carbono. Além de cuidar da natureza, estamos cuidando também das pessoas”, pontua. “Nossa tecnologia ajuda a estabelecer processos transparentes de responsabilidade socioambiental. Neste sentido, as árvores são rastreadas por meio de geotecnologias que armazenam diversas informações relacionadas ao plantio. É um processo transparente, que confirma a responsabilidade socioambiental da empresa e permite compartilhar as informações para os clientes, colaboradores e demais stakeholders”. A agrotech foi uma das aceleradas no ciclo 2021.1 pelo InovAtiva, política pública gratuita e equity free de apoio ao empreendedorismo inovador no Brasil.