Tecnologia

Agro 4.0 é fundamental para Brasil ser, de fato, o celeiro do mundo

Uma das principais carências por tecnologias de automação na agricultura está no departamento de serviços administrativos, principalmente quando os produtores trabalham com importação de insumos ou exportação de mercadorias

A população global deverá atingir 8 bilhões de pessoas até novembro de 2022. O Brasil, com 213 milhões de habitantes aproximados, é conhecido como celeiro do mundo. Mas, o que significa isso?

Com efeito, dizer que um país é o “armazém do planeta” é o mesmo que afirmar que uma nação pode sustentar, sozinha, todo o planeta. Mas, será verdade?

Para saber se isso é fato ou fake, vamos aos números. De acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), o agronegócio brasileiro alimenta, por ano, 800 milhões de pessoas, utilizando apenas 7% do seu território para a lavoura. Isso quer dizer que, se aumentar a produtividade, há sim fortes tendências de o Brasil ter as condições necessárias para aprovisionar mais de 7 bilhões de indivíduos, sem a menor privação interna.

Mas, para que isso se torne real, e que haja ganhos efetivos a quem produz, um fator é fundamental: as tecnologias de automação e hiperautomação.

Ainda segundo a Embrapa, a automação no agronegócio pode ser definida “como um sistema no qual os processos operacionais de produção agrícola, pecuária e/ou florestal são monitorados, controlados e executados por meio de máquinas e ou dispositivos mecânicos, eletrônicos ou computacionais, ampliando assim a capacidade de trabalho humano”.

Da semente à mesa, então, a “agricultura inteligente”, atrelada à tecnologia, é a aposta para a alta eficiência e menos perdas, com respostas automáticas para (quase) todos os processos, como explica Emauri Gaspar, Co-Founder da Run2biz, empresa especialista em modernização dos fluxos de trabalho das mais diferentes áreas: “Robotizar para evoluir na produção e rendimento agrícola está se tornando um movimento tão impetuoso que daqui a alguns anos não será mais possível trabalhar sem ele”.

Por meio da hiperautomação, fertilizantes são aplicados na medida certa, sem desperdício. Frutas, legumes e hortaliças são colhidos com pinças mecânicas, sem a necessidade do manuseio humano. Há ainda a ordenha automática nas fazendas leiteiras e dieta para bovinos. Sem contar os sistemas de irrigação inteligentes, as sementes que são arremessadas na terra no tempo apropriado, o monitoramento por drones de cada centímetro da plantação com reconhecimento proativo de quaisquer ameaças… “Todas essas operações são exemplos da automação agrícola, a qual vem se tornando uma realidade em sítios e fazendas de todo o mundo nos processos de cultivo, colheita e transporte dos mais variados itens”.

Inclusive, a busca por efetividade já é tão palpável que 91% das empresas desejam automatizar seus processos, conforme indica uma pesquisa recente da Salesforce, organização americana de software on demand. A carência por tecnologias de automação de negócios é essencialmente mais alta nos departamentos de serviços administrativos e pesquisa, em que, respectivamente, 38% e 39% desses setores consideram a inteligência artificial como vital para o desenvolvimento do negócio.

Neste sentido, vez que a administração rural é fundamental para que não haja perdas, principalmente quando os produtores trabalham com importação de insumos ou exportação de produtos, sujeitos à variação de impostos e mudanças de regras fiscais a nível de municípios, estados, Brasil e mundo, só o “Agro 4.0 é capaz de garantir, não só que as operações do campo sejam mais eficazes propriamente ditas, mas também que o planejamento estratégico seja mais lucrativo, promovendo uma visão tangível de diferentes áreas da produção a pequeno, médio e longo prazo”, ressalta Emauri.

“Além disso, a automação proporciona uma melhor comunicação entre todos os envolvidos no processo, além de garantir a segurança e a qualidade dos dados”, pontua o Co-Founder da Run2biz, enaltecendo, ainda, por fim, que outro benefício da solução 4.0 é permitir que tudo seja acessado e acompanhado com apenas poucos cliques, de qualquer lugar, a qualquer hora, promovendo a autossuficiência das operações, algumas que podem ser realizadas até mesmo sem a necessidade da presença física.