Desastres naturais atingem a Ásia, afetando portos, aeroportos e, consequentemente, toda a cadeia de comércio exterior
É impossível falar do comércio exterior sem falar da interferência de questões ambientais na logística internacional. Esse cenário foi observado de forma clara com os últimos tufões e ciclones que atingiram o território Chinês, com o caso do Tufão In-Fa, em julho, o Tufão Chanthu em setembro, e a ciclone tropical Kompasu, que está atingindo territórios da Ásia, como Hong Kong e as Filipinas, esta semana.
Além do impacto estrutural causado pelas recentes tragédias naturais, portos, aeroportos e pontos estratégicos para a logística internacional brasileira foram interditados, aumentando ainda mais a crise do comércio internacional. Para Fábio Pizzamiglio, diretor da Efficienza, especialista em assessoria de comércio exterior, os impactos ambientais amplificam os problemas atuais, como é o caso da falta de contêineres e atrasos devido a pandemia da Covid-19.
“Quando falamos de variações climáticas e problemas ambientais, normalmente já pensamos no agronegócio, principalmente porque a própria cadeia de produção pode ser afetada diretamente por fenômenos naturais, mas o tema vai muito além disso. Quando ocorrem catástrofes como estão ocorrendo na Ásia, o processo logístico também apresenta desafios e é necessário a atenção com possíveis rotas alternativas, verificando qual o melhor caminho para o tráfego internacional”, afirma o especialista.
Além disso, por mais que as paralisações motivadas por questões ambientais em países asiáticos causem um impacto imensurável na economia brasileira, problemas similares em outras regiões estratégicas também afetam o comércio exterior, como é o caso do furacão Pâmela, que adentrou o território do México na última quarta-feira (13/10).
“A previsão de regularização do comércio exterior tem, com os atuais problemas ambientais, um novo desafio que poderá acarretar em impactos a longo prazo. Para quem pretende importar ou exportar, a dica é estar atento aos novos fatos e as previsões meteorológicas, para que tudo faça parte do planejamento da sua empresa nos negócios internacionais. A logística é parte importante do processo como um todo e deve ser prioritária quando pensamos na expansão da nossa empresa. Lembrando sempre que a atenção aos problemas ambientais não se limita a casos esporádicos, mas sim com uma preocupação ampla com a questão da sustentabilidade. Os impactos das mudanças climáticas, provocadas pelo efeito estufa, também precisam de atenção”, afirma Fábio.
O executivo também afirma que problemas como a seca, as questões energéticas da China e os atuais problemas ambientais do Brasil, também intensificam a crise, podendo ocasionar mais demora para a volta da normalidade nas atividades internacionais. Além de impactar diretamente o setor do agronegócio, um dos mais importantes para a economia brasileira.