Culturalmente, os gatos são apontados como os vilões da transmissão da toxoplasmose. Mas, na verdade, não é bem assim que a situação deve ser encarada. De acordo com o Ministério da Saúde, somente entre 10% e 15% dos gatos adquirem o cisto. Normalmente, a infecção dos bichanos ocorre quando eles se alimentam de outros animais contaminados, como aves e roedores. Por esse motivo, gatos que vivem em apartamento ou casa, e se alimentam de ração, geralmente não carregam o parasita.
Segundo o professor do curso de Veterinária do Centro Universitário de Brasília (Ceub), Lucas Edel, o risco está no contato com as fezes infectadas do felino, assim como no consumo de água contaminada e alimentos mal lavados, por exemplo. Além disso, o especialista explica que nem todo gato desenvolve esse parasita, e quando isso ocorre, a liberação normalmente só é feita uma vez na vida do animal. Após isso, ele não é mais capaz de causar essa transmissão.
“Vamos supor que seu animal se infectou. Ao se infectar, ele pode ou não eliminar o cisto. Caso ele elimine, depois essa eliminação não vai mais acontecer, porque a resposta imune dele consegue eliminar esses parasitas do organismo. A gente acha que o gato está a toda hora eliminando o cisto nas fezes, e não é bem verdade. Por isso que ele não é o vilão da história”, considera.
Vias de transmissão da doença
Causada pelo parasita Toxoplasma gondii, a toxoplasmose é uma zoonose que dificilmente é transmitida diretamente dos gatos para os humanos. As principais vias de transmissão da doença são: via oral, pela ingestão de alimentos contaminados, como hortaliças; e congênita, quando a transmissão passa de mãe para filho durante a gravidez.
Os casos de transmissão por inalação de aerossóis contaminados são considerados raros, assim como os relacionados à inoculação acidental, transfusão sanguínea e transplante de órgãos.
Fonte: Brasil 61