Suínos

Suinocultor acumula três meses consecutivos de queda frente ao milho

O poder de compra de suinocultores frente aos principais insumos consumidos na atividade, milho e farelo de soja, caiu novamente em fevereiro.

Mesmo com as altas nos preços do suíno vivo na segunda quinzena de fevereiro, a média mensal fechou abaixo da de janeiro, devido às desvalorizações registradas no início do mês. Dessa forma, o poder de compra de suinocultores frente aos principais insumos consumidos na atividade, milho e farelo de soja, caiu novamente em fevereiro, acumulando três meses consecutivos de queda frente ao milho e quatro frente ao farelo de soja.

Com relação ao farelo de soja, a situação do suinocultor foi agravada pela valorização do derivado. Considerando-se o animal comercializado no mercado independente da região SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba) e o farelo de soja negociado na região de Campinas (SP), o produtor conseguiu adquirir 1,9 quilo do derivado com a venda de um quilo de suíno em fevereiro, a menor quantidade em mais de nove anos, 6,6% abaixo da registrada em janeiro/22 e 24% inferior à de fevereiro/21. Na região de Chapecó (SC), foi possível ao suinocultor adquirir 1,75 quilo de farelo de soja com a venda de um quilo de suíno vivo, quedas de 10,1% frente ao volume de janeiro/22 e de 31,2% na comparação com fevereiro/21.

No caso do milho, para o suinocultor paulista, foi possível a compra de 3,35 quilos do cereal com a venda de um quilo de animal em fevereiro, 31,1% a menos que em janeiro/22 e 34,5% abaixo da quantidade de fevereiro/21. Na praça de Santa Catarina, o produtor pôde adquirir 2,89 quilos de milho com a venda de um quilo de suíno, quedas de 5,2% no comparativo mensal e de 45,9% no anual.

Segundo levantamento da Equipe Grãos/Cepea, a baixa oferta de farelo de soja no mercado doméstico elevou as cotações. Na região de Campinas, o derivado teve preço médio de R$ 2.848,95/tonelada em fevereiro, alta de 4,6% frente ao do mês anterior, mas queda de 0,7% em relação ao de fevereiro/21, em termos nominais. Em Chapecó, a valorização mensal foi de 6,9%, com a tonelada a R$ 2.771,00 na média de fevereiro, 6,3% abaixo do observado no mesmo mês de 2021.

Ainda segundo a Equipe de Grãos do Cepea, a valorização do milho foi motivada pela expectativa de menor produção do cereal. O Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) teve média de R$ 96,82/saca de 60 kg em fevereiro, leve aumento de 0,8% frente a janeiro e 15,4% acima da média de fevereiro/21, em termos nominais. Para o cereal comercializado no mercado de lotes de Chapecó, houve elevação mensal de 1,8% e anual de 18,4%, para R$ 100,84/sc em fevereiro.

Fonte: Cepea