Suínos

Suíno: preços tem alta em setembro, mas queda no comparativo anual

O analista de mercado Felipe Fabbri explica que os custos de produção seguem pressionando o mercado.

Os preços dos suínos nas granjas paulistas atingiram R$145,00/@, “uma alta de 26,1% em setembro (R$115,00/@). Apesar do avanço no mês, há uma queda de 3,3% em doze meses. E no atacado os preços ficaram em R$10,50/kg, alta de 14,1% em setembro. E, em doze meses, também recuo, queda de 7,9%”, informa o zootecnista e analista de mercado da Scot Consultoria, Felipe Fabbri.

Porém, os custos de produção seguem pressionando o mercado. “Se analisarmos o comparativo de preços em um ano, nós temos os preços menores tanto nas granjas, quanto no atacado aqui em São Paulo, e os custos de produção nesse período vieram firmes, nós temos os custos de produção elevados no período de 12 meses, então o setor tem trabalhado com margens, em muitos casos, negativas ao longo do ano”, ressalta o analista.

“E mesmo agora com essa questão do milho mais frouxo ao longo do mês de setembro, e em outubro também devemos trabalhar com cenário de milho mais frouxo, as margens devem seguir pressionados, principalmente, por conta dos custos de produção elevados”, aponta.

Apesar da queda no comparativo anual, no mês de setembro houve melhora nos embarques de carne suína, na comparação com agosto. “Batemos recorde nas exportações de carne suína, sendo a primeira vez que superamos a marca de 100 mil toneladas embarcadas (102 mil toneladas), e essa melhora na demanda acabou puxando os preços novamente, ao longo do mês de setembro os preços subiram tanto nas granjas, quanto no mercado atacadista, isso tomando São Paulo como referência”, explica.

Longo prazo

O mercado deve seguir pressionado com altas limitadas. “A não ser que a gente tenha uma disparada de preços muito forte, igual à que tivemos no ano passado, batendo até R$ 180/@ do suíno, o que acredito que não será o caso, por conta da situação atual do mercado do boi gordo, o que deve limitar as altas no mercado de suínos e de aves, mesmo no último terço do ano que é um período de maior demanda por essas duas proteínas”, salienta Fabbri.

Apesar disso, os preços devem se manter estáveis a longo prazo. “Devemos ter um mercado melhor, trabalhando na base de uns R$ 150 por arroba para o mercado de suínos, mas sem disparadas de preços pensando nos próximos meses, e o setor bem onerado”, finaliza o especialista.

Texto: Larissa Schäfer