Suínos

Exportações Brasileiras de carne suína registraram forte recuo em outubro, aponta boletim do Cepea

O relatório destaca uma queda expressiva nas exportações, atingindo o menor volume em oito meses.

O mês de outubro trouxe desafios para o setor de carne suína no Brasil, conforme o boletim do Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada). O relatório destaca uma queda expressiva nas exportações, atingindo o menor volume em oito meses, principalmente devido à retração nos envios para países asiáticos, que historicamente representam o principal destino para o setor suinícola nacional.

De acordo com os dados divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior (Secex) e analisados pelo Cepea, as exportações de carne suína em outubro totalizaram 92 mil toneladas, marcando uma redução de 17,3% em comparação com setembro e de 5,3% em relação ao mesmo período do ano anterior. Este volume representa também a menor quantidade desde fevereiro de 2023. A média diária de embarques ficou em 4,4 mil toneladas, apresentando uma significativa queda de 21% em relação a setembro e 10% inferior ao mesmo período do ano passado.

No âmbito financeiro, os dados da Secex indicam que o montante arrecadado em outubro foi de R$ 1 bilhão, representando uma queda de 16,3% em relação a setembro e uma redução de 18,2% em comparação com outubro de 2022. Em dólares, as quedas foram de 18,2% mensalmente e de 15,3% anualmente, totalizando US$ 199 milhões no último mês.

Apesar da forte retração mensal, o setor exportador brasileiro continua a caminhar para um novo recorde anual em 2023, projetando ultrapassar a marca histórica de 1,12 milhão de toneladas atingida em 2021. A análise da Secex indica que, na parcial deste ano até outubro, os embarques já somam 1 milhão de toneladas, superando em 10,1% o volume escoado no mesmo período de 2022 e em 4,9% em relação aos dez primeiros meses de 2021.

No que diz respeito aos destinos específicos, as exportações para a China diminuíram 9,9% de setembro para outubro, totalizando 25,3 mil toneladas no último mês. Já os envios para outros destinos registraram quedas mais expressivas, como no caso do Vietnã e do Japão, com recuos de 62,2% e 40,6%, respectivamente, resultando em volumes de outubro limitados a 2,9 mil toneladas e 2,7 mil toneladas.

Por outro lado, destaca-se o aumento nas exportações para a República Dominicana, um destino recente para a proteína brasileira. Em outubro, foram importadas 324,7 toneladas de carne brasileira, mais de 10 vezes o volume registrado em setembro, quando ocorreu o primeiro embarque. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) informou que 36 plantas brasileiras foram habilitadas para exportar para a República Dominicana, incluindo duas unidades processadoras e as demais sendo abatedouros.