As exportações brasileiras de carne suína, considerando-se produtos in natura e industrializados, recuaram em novembro, mas ainda ficaram acima do volume embarcado no mesmo mês de 2021. De acordo com dados da Secretária de Comércio Exterior (Secex), foram escoadas 91,8 mil toneladas da proteína, queda de 5,5% em relação a outubro, porém, 17,8% superior ao volume exportado em novembro/21. Ressalta-se que a quantidade embarcada em novembro é a menor em cinco meses.
A receita obtida também caiu, somando R$ 1,2 bilhão em novembro, 2% abaixo da registrada no mês anterior, mas ainda expressivos 28% superior à arrecadada no mesmo mês de 2021. Quanto aos destinos da carne brasileira, os envios a todos os principais parceiros comerciais do Brasil, especialmente os do continente asiático, diminuíram em novembro. Assim, no mês, os embarques para China e Hong Kong caíram 7% e 15%, respectivamente, somando 42,8 mil toneladas e 7,02 mil toneladas.
Por outro lado, os envios a países da África se intensificaram. Para a Angola, o Brasil exportou 3,6 mil toneladas de carne suína em novembro, 29,2% a mais que em outubro. Para a África do Sul, foram embarcadas 487,7 toneladas da proteína, mais que o triplo do volume exportado em outubro, de 135,7 toneladas. Vale lembrar que, em setembro, novas plantas brasileiras foram habilitadas para exportar a carne suína ao país sul-africano.
Relação de troca e insumos
Apesar das altas nos preços do suíno vivo em novembro, o poder de compra do suinocultor paulista frente ao milho e ao farelo de soja recuou de outubro para novembro, devido às valorizações destes importantes insumos da atividade. Em novembro, o suíno vivo foi negociado à média de R$ 7,20/kg na região SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba), leve alta de 0,3% em relação à de outubro e 2,8% acima da de novembro de 2021, em termos nominais.
No Oeste Catarinense, o animal foi comercializado a R$ 6,79/kg, em média, avanços de 0,6% frente ao mês anterior e de 4,9% na comparação com novembro de 2021.
No mercado de milho, segundo a Equipe Grãos/Cepea, agricultores priorizaram as vendas ao mercado externo e limitaram a disponibilidade do cereal no spot nacional, atentos às valorizações nos portos e à espera de novas altas nos preços. Esse cenário, somado à maior presença de compradores no mercado, impulsionaram os valores do milho no mês.
Diante disso, o Indicador ESALQ/BM&FBovespa (Campinas – SP) do cereal registrou média de R$ 84,99/saca de 60 kg em novembro, avanço de 0,6% frente à de outubro e ainda 0,9% superior à de novembro/21, em termos nominais. No mercado de lotes da região de Chapecó (SC), o cereal foi comercializado à média de R$ 92,27/saca de 60 kg em novembro , praticamente estável em relação a outubro (-0,03%), mas 4,4% acima da média registrada há um ano.
Quanto ao farelo de soja, ainda conforme a Equipe Grãos/Cepea, a comercialização do derivado da oleaginosa esteve aquecida no mercado brasileiro, resultado da boa demanda – sobretudo externa – e da maior necessidade de venda por parte do sojicultor.
Com isso, o derivado foi negociado em Campinas (SP) à média de R$ 2.787,06/t em novembro, elevações de 1,8% na comparação mensal e de expressivos 19,2% na anual, em termos nominais. Em Chapecó, o farelo teve média de R$ 2.678,15/t no mesmo período, recuo de 0,8% em relação a outubro, porém, significativos 24,4% acima do registrado em novembro do ano passado.
Assim, levando-se em consideração o suíno vivo comercializado na região SP-5 e os insumos negociados no mercado de lotes da região de Campinas, o suinocultor pôde comprar 5,08 quilos de milho com a venda de um quilo de suíno em novembro, quantidade 0,2% menor que a de outubro, mas ainda 1,7% acima da do mesmo mês de 2021. De farelo de soja, o suinocultor adquiriu 2,58 quilos, recuo mensal de 1,4% e anual de 13,7%.
Já em Chapecó, o suinocultor conseguiu adquirir 4,41 quilos de milho com a venda de um quilo de animal, 0,7% acima da quantidade de outubro e 0,4% a mais que em novembro/21. De farelo de soja, o suinocultor do oeste catarinense adquiriu 2,54 quilos em novembro, volume 1,4% acima do de outubro, mas 15,7% inferior ao de novembro/21.
Fonte: Cepea