Apesar de possuir alto valor nutricional, a soja também contêm alguns fatores que podem diminuir a sua digestibilidade por animais monogástricos, como aves, suínos e nós, humanos. Como forma de solucionar esse problema, a GDM, líder no Brasil em melhoramento genético de soja, desenvolveu uma soja com menores conteúdos de rafinose e estaquiose com uma técnica de edição gênica. A expectativa é que essa nova variedade de soja esteja disponível no mercado até o final de 2025.
A rafinose e a estaquiose são dois tipos de açúcares solúveis presentes na soja, conhecidos como fatores antinutricionais. Eles não são digeridos por animais monogástricos e quando ingeridos a partir da ração feita com farelo de soja acarretam gases, desconforto intestinal e diminuem a energia da ração e o ganho de peso.
A soja editada foi classificada pela CTNBio (Comissão Técnica Nacional de Biossegurança) — entidade ligada ao Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicação e responsável por implementar a Política Nacional de Biossegurança relativa a Organismos Geneticamente Modificados (OGM) — como livre de OGM.
“Essa nova soja foi desenvolvida para criar valor para a cadeia de negócios da soja. O seu uso na criação de aves e suínos deverá aumentar a qualidade nutricional, possibilitando aos produtores menores gastos para a engorda e ganho de peso mais rápido nos animais”, explica Ignácio Bartolomé, presidente da GDM.
Para obter esta soja, um gene nativo da soja foi alterado. A nova versão da proteína deste gene resultou na redução de 75% da rafinose e 50% da estaquiose nas sementes. “Entre as diversas pesquisas que conduzimos, esta, de criação de nova edição de soja teve início há três anos, e foi desenvolvida nos laboratórios da GDM em Cambé (PR), no Brasil”, afirma Bartolomé.
O Brasil se tornou o maior produtor mundial de soja há alguns anos e é também um grande consumidor de farelo de soja para a produção de carnes.
Fonte: Divulgação