A participação da carne bovina no prato dos brasileiros caiu, em grande parte pela queda no poder de compra da população e também pelos aumentos dos preços dos cortes.
A crise sanitária e econômica vividas nos últimos anos desestimularam o consumo e, em 2021, assistiu-se o pior nível de consumo dos últimos 25 anos.
Apesar da demanda comedida, desde o final de 2021, a carne bovina tem registrado consecutivos incrementos de preços.
Preços da carne bovina
Neste ano, no acumulado até junho, nota-se que os preços médios dos cortes de carne no mercado atacadista caíram 7,3%; enquanto no varejo, no mesmo período, os preços subiram 2,0%. Veja na figura 1.
Figura 1. Preços médios mensais da carne bovina desossada, em São Paulo, no atacado (eixo da esquerda) e varejo (eixo da direita).
Fonte: Scot Consultoria
Com preços de venda mais firmes, o varejo aliviou sua margem de comercialização.
Margem do varejo
O mercado varejista de carne bovina teve suas margens apertadas com a crise econômica vivida no período pandêmico, trabalhando abaixo da média histórica.
Aproveitando dos períodos de queda de preço nas indústrias, açougues e supermercados tiveram suas margens recuperadas em 2022 trabalhando com preços de venda mais firmes (figura 2).
Figura 2. Margem de comercialização do mercado varejista de carne bovina em São Paulo e média dos últimos cinco anos.
Fonte: Scot Consultoria
Expectativas
Analisando os preços dos cortes no varejo, nota-se que aumentos mais significativos se dão no segundo semestre, com os movimentos mais fortes em meados de outubro (figura 3).
Outro fator a ser ponderado é de que o ano vigente está marcado pelo período eleitoral, cenário que contribuí para geração de empregos temporários e aquece a economia. Como consequência, nesses períodos a demanda pela carne bovina tende a melhorar.
Figura 3. Preços médios dos cortes de carne bovina no mercado varejista de São Paulo, em R$/kg.
Fonte: Scot Consultoria
Com crescimento, ainda que tímido, projetado para o PIB brasileiro em 2022 e os dados apontando um incremento na geração de empregos formais no acumulado até maio/22, somado aos fatores citados, podemos esperar por preços firmes para a carne bovina.
Além disso, o bom desempenho das exportações e as projeções de abate de bovinos ainda reduzidos para este ano devem corroborar com esse cenário de preços.
Com isso, para o segundo semestre não são esperados ajustes negativos para a carne bovina, ao contrário, os preços devem subir.
Fonte: Scot Consultoria