Nesta semana, o gado gordo no Rio Grande do Sul apresentou um reajuste favorável no preço da vaca gorda a peso vivo, essa que é uma categoria demandada dentro do Estado por competir diretamente com as carnes que entram de outras unidades do País.
Segundo o levantamento semanal do Núcleo de Estudos em Sistemas de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia Produtiva (Nespro), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), os frigoríficos estão pressionando os produtores para reduzir o preço dos animais gordos. No entanto, devido à seca prolongada e à sazonalidade, a oferta desses animais é limitada, o que tem contribuído para a estabilidade dos preços.
O gado de reposição apresentou baixa nos valores de muitas categorias, especialmente as categorias mais jovens. Essa alteração pode estar atrelada à estabilidade do gado gordo, que desestimula os produtores a investirem devido à incerteza do retorno do investimento. A vaca gorda a peso vivo aumentou 1,5%. Já a terneira diminuiu 3,7% e o terneiro, 5,5%. A novilha diminuiu 3,7% e o novilho apresentou uma redução de 0,3%.
A situação em São Paulo
A disponibilidade interna de carne bovina no início deste ano foi recorde, conforme o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq/USP. Segundo estimativas realizadas pelo Cepea, a soma de janeiro e fevereiro pode ter superado em 10% o volume do primeiro bimestre de 2024 e em 38% o de dois anos atrás.
Pesquisadores do Cepea destacam que, mesmo com toda a quantidade a mais, resultante do aumento da produção, o preço médio da carcaça com osso no atacado da Grande São Paulo esteve 25% maior que no começo do ano passado – valor deflacionado pelo IGP-DI.
O preço do boi gordo (Indicador Cepea/Esalq, estado de São Paulo), no mesmo comparativo, avançou 23%. As exportações também evoluíram. No comparativo de bimestres (considerando-se estimativa do Cepea para parte de fevereiro/25), o volume sobe por volta de 6% sobre o começo de 2024 e 33% sobre o início de 2023.
Segundo pesquisadores do Cepea, esses números mostram, simultaneamente, a força produtiva da pecuária nacional e a resiliência da carne bovina no cardápio do brasileiro, explicada em boa parte pela baixa taxa de desemprego. Em janeiro, especificamente, a disponibilidade interna de carne bovina atingiu o máximo histórico, segundo cálculos do Cepea. Já para fevereiro, estima-se diminuição de quase 9% em comparação a janeiro, justificada pela redução dos abates no mês. Em relação a um ano atrás, no entanto, o Cepea projeta crescimento de cerca de 7%.