Bovinocultura de corte

Preços do boi gordo têm elevação no Rio Grande do Sul

Alta ocorreu devido à entressafra, que reduz a oferta de animais prontos para o abate e pressiona as cotações

Rebanho de gado no pasto.
Exportações e oferta restrita de animais prontos para o abate pressionam as cotações | Foto: CNA Brasil/Divulgação

Nesta semana, o mercado do gado gordo no Rio Grande do Sul reagiu positivamente em três modalidades, sendo o boi gordo a rendimento de carcaça a única categoria a ficar estável em relação à semana anterior. Após diversas semanas de retração e com os preços praticamente estagnados, os animais gordos voltaram a apresentar valores positivos, de acordo com levantamento semanal do Núcleo de Estudos de Sistemas de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia Produtiva (Nespro), da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs). Essas médias observadas ocorreram devido à entressafra, quando ainda não se tem animais gordos de pastagem, diminuindo a oferta de gado pronto para o abate e elevando o preço.

No segmento de reposição, os valores apresentaram proximidade com o que foi observado no gado gordo, com os novilhos e novilhas apresentando valores positivos, provavelmente influenciados pelo gado gordo. O boi a peso vivo registrou alta de 3,4% e a vaca a peso vivo, de 1,5%. A vaca a rendimento de carcaça teve aumento de 2,5%. A terneira registrou redução de 1,0%. A novilha, o terneiro e o novilho tiveram aumento de 7,5%, 1,0% 5,9%, respectivamente.

Mercado comprador

O movimento de alta ganha força e o mercado está “comprador”, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Esalq-USP. Já tem casos de frigorífico pagando o que pecuarista pede. No entanto, alguns produtores acreditam na continuidade das altas e resistem.

Na quinta-feira (12), se destacaram os aumentos para fêmeas, R$5,00/arroba para vaca e até R$ 10,00 para novilhas. Foi comum a negociação de lotes pequenos. A carne com osso no atacado da Grande SP continua tendo pequenas altas. Carcaça casada subiu para R$ 21,92/kg.

A alta na arroba do boi gordo é reflexo de exportações firmes, oferta restrita de gado pronto para o abate e contratos futuros aquecidos. O mercado físico do boi gordo encerrou a semana em forte alta, com negócios pontuais e específicos superando os R$ 325,00 por arroba em importantes praças pecuárias do País. O movimento de alta é sustentado por uma combinação de oferta restrita de animais prontos para o abate, escalas curtas nos frigoríficos e forte demanda internacional pela carne bovina brasileira — que pode bater recorde ainda este ano. De acordo com analistas, a entressafra dos “animais de capim” e a dificuldade de encontrar animais jovens prontos são os principais gargalos do momento, o que acaba pressionando os frigoríficos a pagarem acima da média para garantir a compra.