Leite

Produtores de leite realizam protesto contra preços baixos no RS

Agricultores familiares causaram uma interdição parcial na RS-158 nesta quarta-feira, 27 de setembro, como forma de protesto contra os preços praticados para o litro de leite no estado do Rio Grande do Sul. Alegando que estão recebendo apenas R$ 1,04 por litro, enquanto o custo de produção ultrapassa os R$ 2 por litro, o grupo liderado pela Federação dos Trabalhadores da Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag) decidiu realizar uma ação simbólica, derramando um composto líquido que simulava leite no principal trevo de acesso a Frederico Westphalen. O objetivo era chamar a atenção das autoridades para a crise no setor leiteiro gaúcho, que tem sido agravada pela crescente importação de lácteos dos países do Mercosul desde 2022.

O protesto teve início pouco depois do meio-dia, seguindo uma caminhada que começou por volta das 9h da manhã, com a concentração dos agricultores no Parque de Exposições Monsenhor Vitor Batistella, no município. Eugênio Zanetti, vice-presidente da Fetag-RS, expressou a indignação dos produtores com a demora do governo federal em anunciar medidas de apoio à atividade. Ele afirmou: “Derramar o ‘leite’ na avenida foi uma forma de o produtor mostrar que o produto dele ‘não está valendo mais nada’. Vender pelo preço que está sendo pago e jogar na sarjeta é quase a mesma coisa”.

O movimento foi encerrado por volta das 14h e reuniu cerca de 700 pessoas, de acordo com informações da Fetag. As ações foram planejadas pelas regionais sindicais do Médio e Alto Uruguai, com o apoio das regionais sindicais de Três Passos e da Macrorregional Missões Fronteira Noroeste.

Os produtores de leite aguardam, para esta quinta-feira (28/09), a confirmação de uma reunião com o ministro do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, para discutir o tema e cobrar ações federais de apoio mais rápidas. O ministro visitará o estado acompanhado por uma comitiva ministerial e representantes de instituições bancárias para avaliar as áreas afetadas pelas enchentes no início de setembro.

A Fetag anunciou que, caso as demandas não sejam atendidas, novas manifestações estão previstas para a segunda metade de outubro. Além disso, a entidade também planeja mobilizações no Paraná e em Santa Catarina, e não descarta a possibilidade de interditar as fronteiras com os países do Mercosul.

As informações são do Correio do Povo