Os produtores de leite continuam enfrentando sérias dificuldades com a falta de chuvas, que tem limitado a disponibilidade de pastagens e o acesso à água em quantidade e qualidade suficientes para produção leiteira. Com as altas temperaturas, além da redução no consumo, as matrizes acabam entrando em açudes e rios para baixar a temperatura corporal; o que tem causado um aumento de casos de mastite.
Segue também a ocorrência de leite instável não ácido, devido à má qualidade da alimentação dos animais, de acordo com o Informativo Conjuntural, produzido e publicado nesta quinta-feira (24) pela Gerência de Planejamento da Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seadpr).
Regionais
Na regional de Bagé, a compra de silagem e ração eleva os custos de produção, mas tem sido utilizada como forma de assegurar a manutenção do estado corporal dos animais. Em Aceguá, a base da alimentação continua sendo a reserva de silagem da safra passada.
A produção segue com registro de queda na regional de Santa Rosa. Reflexo da falta de alimentos e das temperaturas elevadas. Em algumas propriedades as pastagens estão rebrotando após as últimas chuvas, mas ainda sem condições de pastejo. Contudo, além da silagem, é intensa a utilização de cana-de-açúcar como último recurso para alimentação dos animais. Até mesmo as lavouras de soja que não tem viabilidade de colheita, estão sendo utilizadas para pastejo direto, fenação e silagem.
Nas regionais de Caxias do Sul e Santa Maria, a estiagem afetou diretamente a oferta de pastagens, deixando a alimentação dos rebanhos fortemente apoiada no uso de ração concentrada. Todavia, com os custos dos grãos elevados, cada vez mais a margem de lucro dos produtores fica reduzida.
Muitos produtores tiveram seus reservatórios de água esgotados pela seca e/ou com excesso de lodo no fundo, pelo pisoteio dos animais na regional de Lajeado. Os volumes de leite entregues para a indústria sofreram redução, devido à falta de água para consumo, ao estresse calórico sofrido pelos animais, pela pouca disponibilidade de pastagens e de silagem, somado ao alto custo das rações.
Na regional de Passo Fundo, os rebanhos recuperaram parte da produtividade após o retorno das chuvas; entretanto ainda apresentam baixo escore corporal e produções abaixo do esperado para essa época do ano. E na de Erechim, apesar das dificuldades em produzir alimentos volumosos, os rebanhos encontram-se em bom estado sanitário e boa condição corporal. No entanto, na regional de Ijuí, os animais estão com escore corporal abaixo do ideal; devido à restrição alimentar nas propriedades com sistema de produção a pasto.