Leite

Capacidade de transporte de leite aumenta com novos caminhões em operação

Em setembro, entraram em operação os últimos rodotrens da frota da Embaré (formada por dez veículos) que ainda não haviam estreado. Com as novas estruturas na pista desde o ano passado, a capacidade de transporte diário de leite da companhia durante a captação no campo quase dobra, passando de 250 mil litros diários para 440 mil.

O rodotrem é um caminhão mais longo, que conta com mais estruturas refrigeradas, o que dá a ele capacidade de transportar mais leite por viagem sem que o produto perca qualidade. A alternativa passa a operar junto com o modelo mais tradicional, de caminhões de menor porte, conhecido como “Romeu e Julieta”.

As novas estruturas contribuem para reduções de custos operacionais que ficam entre 10% e 30%, a depender da distância percorrida, e também para agregar parceiros fornecedores que estão em locais mais distantes das três fábricas localizadas nos municípios de Lagoa da Prata, Santo Antônio do Monte e Patrocínio, em Minas Gerais. Apenas em frete, a economia será de quase R$ 3 milhões anuais, informa Yago Silveira, gerente de captação e fomento da companhia.

O executivo conta que é possível ampliar o raio de atuação ao redor de cada fábrica de atuais 300 quilômetros para, ao menos, 400 quilômetros. “A iniciativa surgiu como ideia em 2019, visando ampliar a competitividade”. Em 2020, a nova tecnologia foi um dos fatores que contribuíram para uma alta de captação de quase 20%, para 657 milhões de litros. Manter a captação mesmo durante a pandemia, quando alguns laticínios reduziram movimentações, explica, foi mais um fator para o aumento de volume.

O plano contribui para a indústria sobretudo neste ano, quando a “disputa” por fornecedores está ainda mais acirrada devido à menor produção no campo.

O alto custo de grãos utilizados nas rações animais e o clima desfavorável às pastagens desfavorecem a atividade nas fazendas, e há relatos de produtores migrando para outras atividades. Por causa do menor volume de leite produzido no Brasil, a Embaré pode não alcançar a alta de 9% de captação de leite em 2021 prevista no início do ano.

Vale lembrar que é possível utilizar os caminhões menores para buscar a bebida a distâncias superiores a 300 quilômetros. Porém, quando isso ocorre, é preciso parar em entrepostos para resfriar o leite.

“Caso naquela determinada região os produtores tenham optado por mudar de atividade, é mais fácil e menos custoso que eu apenas altere o destino do caminhão”, afirma Silveira. A empresa informa, ainda, que é a “única indústria de alimentos autorizada a trabalhar com a tecnologia (dos rodotrens) para essa finalidade”.

Fonte: As informações são do Valor Econômico, adaptadas pela equipe MilkPoint.