Leite

Argentina: sinais positivos para o setor lácteo

Quando se analisa a variação interanual em litros de leite, esta ficou 3,9% acima de agosto de 2020.

Em relação às tendências de produção do setor de lácteos da Argentina, o Consórcio Regional de Extensão Rural (CREA) do país vê como positivos os dados fornecidos pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Pesca (MAGyP). No período de janeiro a agosto, a produção acumulada foi de 7,244 bilhões de litros, observando um aumento de 3,9% em relação ao mesmo período em 2020.

“As fazendas leiteiras não só tiveram o pico da produção na primavera com oferta de forragem e reservas acima do normal, mas também com relações de preços que permitem produzir leite a baixo custo. Ao mesmo tempo, não se espera que grandes eventos climáticos afetem a produção animal individual”, destacou o movimento em seu relatório leiteiro de outubro. “Estimamos que 2021 terminará com uma produção cerca de 3,7 a 3,8% maior que em 2020. Em relação à variação mês a mês (jul/21 a ago/21), houve aumento tanto em litros de leite quanto em kg de sólidos, 5,6% e 4,6%, respectivamente.”

Eles também apontam que, quando se analisa a variação interanual em litros de leite, esta ficou 3,9% acima de agosto de 2020, experimentando um aumento maior em kg de sólidos (+ 5,1%).

Produção de sólidos (SU)

No período de janeiro a agosto de 2021, a produção de sólidos úteis da Argentina ficou 4,4% acima do mesmo período do ano anterior. Em relação à variação mensal, para agosto de 2021 foi de 4,6%. Essa variação positiva, em parte, seria explicada pelo aumento da produção em litros. A composição do leite em comparação com julho de 2021 sofreu uma redução, tanto em proteínas quanto em gordura de manteiga.

Preço médio por litro de leite

O preço médio foi de 32,5 pesos (US$ 0,33) por litro para agosto de 2021, apresentando um aumento de 1,1% em relação a julho de 2021, o que mostra uma desaceleração no aumento de preços em relação aos meses anteriores.

Este preço médio em todo o país tem um máximo de 33,4 pesos (US$ 0,34) por litro para a província de Buenos Aires e mínimo de 31,7 pesos argentinos (US$ 0,32) para a província de Córdoba, com um gap de 1,7 pesos (US$ 0,017) por litro entre os dois, diferença que vem diminuindo em relação aos meses anteriores. Quanto à variação interanual, houve um aumento de 74% em pesos correntes.

Preço médio de sólidos 

No caso dos sólidos, o preço reportado para agosto de 2021 foi de 466 pesos (US$ 4,69) por quilo, mostrando um aumento de 4,3% em relação a julho. Este aumento está acima da inflação. Se compararmos com agosto de 2020, o preço destes apresentou um aumento de 75,5%, ficando acima do aumento experimentado em pesos correntes por litro de leite. Por outro lado, o teor médio de sólidos úteis para agosto foi de 7,1%, com 3,38% de proteína e 3,75% de gordura.

Preço atualizado para agosto de 2021

Se atualizarmos os preços por litro pago ao produtor até agosto de 2021 pelo Índice de Preços ao Consumidor, observa-se que o preço real pago ao produtor no mês de agosto diminuiu 1,3% em relação a julho de 2021, experimentando a segunda queda mensal consecutiva. O preço pago ao produtor deve apresentar comportamento semelhante ao da inflação nos próximos meses.

Relação entrada/saída

A presente análise resulta da divisão do preço do insumo pelo preço de um litro de leite (produto). Para o mês de agosto de 2021, um produtor pode comprar 1,7 kg de milho com um litro de leite, apresentando um aumento de 6,7% em relação ao mês anterior. Esse índice é 11,7% menor que a média dos últimos 5 anos, embora mostre uma melhora de 32% em relação ao mesmo mês de 2020.

As informações são do ON24, adaptadas pela equipe MilkPoint