O preço do gado gordo apresentou baixa na vaca gorda a peso vivo no Rio Grande do Sul, durante a semana passada. Esse reajuste pode ter sido causado pelas altas que foram observadas nas semanas anteriores, já que os valores da vaca gorda se aproximaram do valor pago pelo boi gordo. Além disso, o mercado, de maneira geral, apesar de ainda não ter vasta oferta de animais prontos para abate, apresenta pressão de baixa, conforme o Núcleo de Estudos em Sistemas de Produção de Bovinos de Corte e Cadeia Produtiva, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs).
As categorias de reposição apresentaram alguns reajustes em seus preços, conforme o levantamento semanal do Nespro. As fêmeas apresentaram variações positivas, mostrando que os pecuaristas estão investindo na retenção dessa categoria. Já os machos, demonstram variações negativas, podendo ser reflexo dos preços observados no gado gordo.
O estudo apontou que a vaca gorda a peso vivo diminuiu 1,0%. Na semana anterior, a vaca gorda havia registrado um aumento de 6,6%. A terneira aumentou 9,8%, enquanto o terneiro diminuiu 2,0%. Já a novilha aumentou 3,2% e o novilho diminuiu 2,9%. “Os preços do boi gordo se mantiveram estáveis até a semana passada, com exceção da vaca gorda, que teve um aumento maior do que o boi gordo nos últimos 45 dias devido a alta demanda por parte dos frigoríficos, pois, na medida em que o boi vai subindo muito, a vaca é uma alternativa de matéria-prima mais barata para o frigorífico”, destaca o coordenador do Nespro, Júlio Jardim Barcellos.
“Mesmo que ela gere um rendimento menor, na hora que o frigorífico vende ele não comercializa carne com sexo, mas vende carne bovina, não tem a discriminação se é de vaca ou de boi”, explica o especialista. Como o boi gordo teve uma alta expressiva, houve uma grande migração de frigoríficos para compra de vacas e puxou muito o preço. “Por isso, nessa semana, a vaca foi a categoria que sentiu mais a variação de preço porque quase todos os frigoríficos já estavam com suas compras realizadas para o final de ano”, observa.
Barcellos diz que o preço do boi gordo deve se manter estável em dezembro no Estado. “Praticamente todas as compras já tinham sido feitas e está entrando bastante carne do Brasil Central e do Norte do RS, o que deve segurar as cotações do boi até meados de janeiro”, sublinha.
Desvalorização
Com muitas indústrias fora das compras e demanda em queda, a cotação do boi gordo abriu esta semana com queda de R$3,00 a arroba. Para as demais categorias, os preços se mantiveram estáveis. As escalas de abate estão, em média, para dez dias. A arroba do boi gordo está sendo negociada a R$ 312,00, a vaca em R$ 292,00 e a novilha em R$ 310,00. O “boi China” está sendo comercializado em R$ 315,00.