O cenário da bovinocultura de corte segue bastante comprometido pela estiagem. Produtores movimentam os rebanhos para potreiros buscando principalmente atender as necessidades de água dos bovinos. De acordo com o Informativo Conjuntural, desta quinta-feira (20/01) da Gerência de Planejamento da Emater/RS-Ascar, vinculada à Secretaria da Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr).
Em propriedades de grandes extensões de campo, ainda há oferta de alimento suficiente para manutenção do estado corporal dos animais, embora a qualidade da forragem esteja progressivamente mais baixa. Em contrapartida, em propriedades menores ou com lotações mais elevadas, os impactos sobre a perda de peso dos animais são mais expressivos. O estresse calórico e a redução nos níveis de água para dessedentação são fatores adicionais que afetam o desempenho dos bovinos.
Os produtores que desenvolvem a atividade em áreas de várzeas ou que ainda contam com reservas de feno de aveia e de azevém sentem menos os impactos da estiagem. Continuam os trabalhos da estação reprodutiva, mas os produtores relatam menor manifestação de cio das fêmeas devido aos efeitos do calor e das limitações na alimentação ao longo das últimas semanas. Seguem os cuidados com controle de ectoparasitos e a vacinação contra brucelose e raiva herbívora, esta última apenas em localidades indicadas pelas Inspetorias de Defesa Agropecuária.
Situação dos bovinos nas regionais
Na região de Porto Alegre, os bovinos de corte têm sofrido com a redução da forragem disponível; estima-se que a perda de peso esteja em 15%. Enquanto na regional de Santa Rosa, a perda é de cerca de 20% no ganho médio diário de peso em virtude da estiagem.
Em Pelotas, a água para dessedentação está em níveis críticos em algumas propriedades. Nos reservatórios de pequeno porte, ou não há mais água ou a qualidade é ruim. Há uma grande demanda por abertura de poços para bebedouro dos animais.
Comercialização
De acordo com o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar, o valor médio do boi para abate no Estado aumentou 0,27%, de R$ 11,14 para R$ 11,17/kg vivo, e o da vaca para abate aumentou 0,59%, de R$ 10,11 para R$ 10,17/kg vivo.