O mercado do boi gordo permaneceu estável em julho. “A oferta de animais terminados se manteve restrita, entretanto observamos um aumento gradativo na oferta de fêmeas, então vacas e novilhas em geral estão sendo mais ofertadas nos últimos 15 a 20 dias”, informa o eng. agrônomo e analista de mercado da Scot Consultoria, Rodrigo Queiroz.
A taxa de lotação dos animais foi reajustada devido às adversidades climáticas. “Com esse agravamento da seca fez com que o pessoal que já tinha ajustado a taxa de lotação pelo suporte das pastagens, tivesse que reajustar novamente. Ou seja, teve um reajuste na taxa de lotação e, consequentemente, houve também um aumento significativo na oferta de animais para as indústrias frigoríficas”, explica.
Este é um cenário um pouco diferente daquele de cenário mais firme que se iniciou em 2020. “Agora as escalas de abate das indústrias frigoríficas estão mais confortáveis, em São Paulo girou em torno de 7 a 8 dias, obviamente que dependendo da semana dá uma oscilada de 8 a 9 dias, ou de 5 a 6 dias, e dessa maneira vai tendo alguma alteração, algumas correções na arroba do boi gordo, pelo ajuste da oferta e demanda”, ressalta Queiroz.
No Rio Grande do Sul houve uma queda de quase 8% por quilo no preço ofertado pela indústria frigorífica. Em meados de julho o boi era “ofertado por R$ 11,45/kg, descontados os impostos, e hoje (6) está em R$ 10,55/kg, ou seja, teve uma queda de quase R$ 1,00 no quilo do boi gordo ofertado pelas indústrias frigoríficas. Isso devido as pastagens de inverno, assim houve uma maior oferta, as indústrias se ajustaram com as escalas um pouco maiores e, dessa maneira, com a oferta maior e a demanda igual, acabaram diminuindo o preço do quilo ofertado pelas indústrias frigoríficas”, frisa.
Exportações
A média diária de carne exportada de carne bovina girou em torno de 7,56 mil toneladas, enquanto em julho do ano passado foi de 7,36 mil toneladas, um incremento no volume de 2,7% nas exportações. “Mas o fator que chama mais atenção é o faturamento que aumentou 36,6%, em relação a receita total obtida pelas exportações. Hoje exportamos uma carne bovina em torno de US$ 5,4 mil por tonelada, enquanto que no passado, exportávamos uma carne bovina por US$ 4.081 por tonelada”, salienta Queiroz.
A média diária exportada de julho foi maior, entretanto em julho de 2020 exportamos mais, porque tivemos um dia útil a mais. “Se tivéssemos um dia a mais no mês, teria sido o melhor julho da história”, aponta. “Em julho de 2020 exportamos 169,2 mil toneladas, esse ano 166,3 mil toneladas de carne bovina”, afirma o especialista.
A perspectiva para os próximos 15 dias é de mercado ainda firme. “Com essa seca e essa geada pegando grande parte do país, a expectativa é de pastagens cada vez mais secas, em uma situação mais crítica, e isso pode ocasionar em ofertas cada vez maiores de boiadas; podendo ter alguns reajustes negativos na arroba do boi gordo de uma maneira geral, entretanto logo após essa oferta ser ajustada a tendência é de aumento e aumento expressivo até mais ou menos até outubro e novembro”, finaliza Queiroz.
Texto: Larissa Schäfer