Alerta máximo de biosseguridade

Ministério da Agricultura confirma foco de doença de Newcastle no Rio Grande do Sul

A Seapi e o Mapa ressaltam que o consumo de produtos avícolas inspecionados pelo Serviço Veterinário Oficial (SVO) permanece seguro e sem contraindicações

Foto de frango em aviário.
O Mapa esclarece que o estabelecimento avícola foi imediatamente interditado | Foto ilustrativa: Artem Beliaikin/Unsplash

O Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou, nesta quarta-feira (17), um foco da doença de Newcastle (DNC) em estabelecimento de avicultura comercial de corte, localizado no município de Anta Gorda, no estado do Rio Grande do Sul.

A Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi) do Rio Grande do Sul informou em nota divulgada à imprensa que o vírus foi identificado em um lote de frango de corte e que a notificação foi atendida pelo Serviço Veterinário Oficial do RS (SVO-RS) em 8 de julho.

As amostras colhidas foram encaminhadas para o Laboratório Federal de Defesa Agropecuária de São Paulo (LFDA-SP), reconhecido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) como laboratório de referência internacional para o diagnóstico da DNC. O diagnóstico positivo foi informado às 16h ao Mapa.

O Mapa esclarece que o estabelecimento avícola foi imediatamente interditado, incluindo suspensão de movimentação das aves, a partir do primeiro atendimento pela Seapi.

Neste momento, a Secretaria de Defesa Agropecuária (SDA) do Mapa, em conjunto com a Seapi, irá aplicar os procedimentos de erradicação do foco estabelecidos no Plano de Contingência de Influenza Aviária e doença de Newcastle, com a eliminação e destruição de todas as aves e limpeza e desinfecção do local.

Os órgãos afirmam que também será realizada investigação complementar em raio de 10km ao redor da área de ocorrência do foco, além de outras medidas que forem necessárias conforme avaliação epidemiológica.

“As equipes da Secretaria da Agricultura já atuaram preventivamente em um raio de 3 km, com visitas em granjas avícolas de corte comercial e nenhum outro caso suspeito foi detectado. A partir de agora, as equipes passam a atuar em, no mínimo, 775 propriedades rurais que temos cadastradas em nossos sistemas, que incluem a avicultura comercial e de subsistência, para investigação clínica e epidemiológica, além de orientações das medidas de biosseguridade das granjas e sensibilização da população para a notificação de suspeitas. Barreiras sanitárias também devem ser realizadas na região”, afirma o diretor adjunto do DDA, Francisco Lopes.

A Seapi e o Mapa ressaltam que o consumo de produtos avícolas inspecionados pelo Serviço Veterinário Oficial (SVO) permanece seguro e sem contraindicações.

Em nota técnica, a SEAPI reforça o alerta máximo ao setor produtivo avícola do RS para que sejam reforçadas todas as medidas de biosseguridade das granjas.

Todas as suspeitas da doença, que incluem sinais respiratórios, neurológicos ou mortalidade alta e súbita em aves devem ser notificadas imediatamente à Secretaria da Agricultura através da Inspetoria de Defesa Agropecuária mais próxima, pelo sistema e-Sisbravet ou através do WhatsApp (51) 98445-2033.

Posicionamento

A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e a Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav) emitiram nota afirmando que estão acompanhando e dando suporte à ação do Mapa e da Seapi e que o processo de informação à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) já foi realizado.

“As autoridades federais e do estado agiram rapidamente na identificação do caso com interdição da granja, garantindo que não houvesse saída de aves. Os protocolos oficiais estabelecidos para a mitigação da situação pontual foram acionados e o entorno segue monitorado”, afirma a nota.

As entidades ainda ressaltam que o Brasil manterá “total transparência no tratamento à situação, garantindo rápida solução”.

Doença de Newcastle (DNV)

A doença de Newcastle (DNC) é uma enfermidade viral que afeta aves domésticas e silvestres, causando sinais respiratórios, frequentemente seguidos por manifestações nervosas, diarreia e edema da cabeça nestes animais.

De notificação obrigatória à OMSA, ela é causada pela infecção por vírus pertencente ao grupo paramixovírus aviário sorotipo 1 (APMV-1), virulento em aves de produção comercial.

Os últimos casos confirmados no Brasil ocorreram em 2006 e em aves de subsistência, nos estados do Amazonas, Mato Grosso e Rio Grande do Sul.

O Mapa afirma que novas informações serão atualizadas conforme a evolução das investigações.