Mercado

Venda de suplementos minerais cresce 6,6% em 2021 e alcança 2,55 milhões de toneladas

Olhando para os estados, o maior volume comercializado no ano passado concentrou-se em Mato Grosso.

Primeira reunião da entidade que representa as empresas setor em 2022 teve como destaque Juliano Sabella, o novo presidente da ASBRAM para os próximos dois anos

O volume de vendas de suplementos minerais para a Pecuária do Brasil atingiu 2,55 milhões de toneladas no ano passado, um crescimento de 6,6% sobre 2020, o segundo melhor número obtido desde 2017, quando a Associação Brasileira das Indústrias de Suplementos Minerais (ASBRAM) iniciou o Painel de Estatísticas sobre a comercialização de produtos prontos, para diluir, ureia, proteico, energético, núcleos e concentrado.

O total de animais suplementados também evoluiu bem e quebrou o recorde destes cinco anos: 68,3 milhões de animais, aumento de 5,6%. “O melhor resultado foi conseguido pelos produtos proteicos, mas a variação ficou uniforme entre todos os tipos de suplementados monitorados. São bons números. Logicamente, abaixo de 2020, que teve um crescimento de 11,4%, mas aquele foi um ano recorde e 2021 teve ótima evolução sobre uma base que foi a maior de todas. E só não foi melhor efetivamente pela saída da China do mercado a partir de setembro passado, devido aos dois casos de ‘Mal da Vaca Louca’ verificados no Brasil, o que impactou no desempenho no último trimestre do período”, analisou Felippe Cauê Serigati, professor de Agronegócios da Fundação Getúlio Vargas e Consultor de Mercado da ASBRAM.

Olhando para os estados, o maior volume comercializado no ano passado concentrou-se em Mato Grosso enquanto Sergipe obteve a maior evolução, nada menos do que 45%. Já quem menos suplementou foi Mato Grosso do Sul, importante região produtora, com queda de 4,8% sobre 2020. A ASBRAM representa 62% do mercado de suplementos brasileiros (Pesquisa SIFs do MAPA – Ano Base 2020).

Cenário otimista

Felippe Cauê Serigati vê com otimismo as perspectivas do setor para 2022. “Por enquanto, é apenas uma previsão. O cenário otimista indica uma queda de 0,3% no desempenho, mas é necessário cautela para analisar o dado por causa da ‘herança estatística’. Isto é, praticamente igualar o desempenho de um período de bom resultado não deixa de ser positivo. Em janeiro deste ano, as empresas venderam 155 mil toneladas e cinquenta e um milhão de animais foram suplementados. São bons indicadores porque estamos com várias regiões do Brasil convivendo com pastagens fartas para a alimentação animal”, completou o professor da FGV.

O painel de estatísticas da ASBRAM foi apenas um dos destaques da primeira reunião anual da entidade, realizada na capital paulista nesta última quinta-feira. O encontro foi aberto pela Vice-Presidente Executiva Elizabeth Chagas e também teve a condução do Presidente eleito da Associação para o biênio 2022 – 2024, Juliano Sabella Acedo. O Executivo e Zootecnista é Diretor de Marketing do Negócio de Ruminantes Brasil da DSM (Tortuga). Juntos, convidaram o público presente e a audiência da web a acompanharem uma palestra do economista José Roberto Mendonça de Barros, Consultor na MB Associados e que já comandou as Secretarias de Política Econômica do Ministério da Fazenda e da Câmara de Comércio Exterior da Presidência da República. Ele falou sobre o desempenho do Agronegócio desde o início da pandemia da Covid-19, a forte recuperação nos preços das commodities, os problemas conjunturais envolvendo os fertilizantes, a escalada da inflação em praticamente todas as economias do planeta e a confiança dos empresários e do mercado para o Brasil em 2022. “É um momento bem complexo, que exige atenção máxima nos negócios e excelente gestão dos executivos. Mas enxergo a Pecuária com um bom destino neste ano. Os custos de produção certamente estão pressionando toda a cadeia, mas, ao mesmo tempo, os produtos estão valorizados como nunca nos últimos doze anos”, examinou.

Custos

E foi para acompanhar ainda mais de perto os custos de produção que a ASBRAM agora conta com um levantamento inédito, sobre o comportamento da comercialização do Fosfato. São dezoito meses de acompanhamento, desde janeiro de 2020. E o primeiro dado comparativo sobre um semestre já indica que o mercado já movimentou 481,3 mil toneladas nos primeiros seis meses de 2021, uma queda de 3,7% sobre o mesmo período de 2020. “É mais uma ferramenta de análise que colocamos à disposição dos associados da ASBRAM. Criar um painel de estatísticas bom e confiável não é uma tarefa simples. Exige tempo, negociação com as empresas envolvidas e um acordo envolvendo os números enviados e as regras que desejamos respeitar, de ambas as partes. O importante é darmos subsídios para o mercado e os agentes vislumbrarem mais fielmente o que se passa e tomarem as melhores decisões em seus negócios”, explicou Elizabeth Chagas.

A executiva e o presidente eleito da ASBRAM ressaltaram a chegada do 12º Simpósio ASBRAM, que a entidade realiza nos dias 17 e 18 de março, no Royal Palm Resort, em Campinas (SP), e que vai debater o tema ‘O Brasil sustentável – Pronto para alimentar o Mundo’. “Vamos reunir essa importante parcela da cadeia do Agronegócio para reforçar os valores de um país e um segmento que trabalham por Saúde, pelas novas gerações, pelo Meio Ambiente, por um compromisso com o planeta e os seres humanos de todos os continentes”, convocou Juliano Sabela. Serão dois dias para um mergulho no mundo das tecnologias da boa nutrição do rebanho brasileiro, analisar os dados mais recentes da campanha para o uso correto dos minerais nas fazendas, comunicação no Agronegócio, sustentabilidade e espiritualidade. O Simpósio vai reunir especialistas como Fabiana Villa Alves, Coordenadora Geral de Mudanças Climáticas, Florestas Plantadas e Agropecuária Conservacionista do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA); o economista Ricardo Amorim; o escritor e ex-Secretário de Política Agrícola do MAPA, Diretor da BM&FBOVESPA e CEO da Bolsa Brasileira de Mercadorias, Ivan Wedekin; e o ex-Ministro do MAPA, Alysson Paolinelli. E ainda oferecer reflexões sobre ‘Sustentabilidade, Trabalho, Meio Ambiente e Espiritualidade’, com o Rabino Nilton Bonder. ‘Como a Comunicação pode nos ajudar em nossos negócios e nos desafios diários da nossa vida?’, com Renato Meirelles, Presidente do Instituto Locomotiva, membro do Conselho de Professores do IBMEC e especialista em Ciências do Consumo e Opinião Pública. E ‘ESG: Desafios para líderes e gestão de pessoas’, com Maria Flávia Bastos, palestrante, escritora e colaboradora para o desenvolvimento da humanização nas práticas de gestão.

A reunião terminou com uma palavra rápida dos profissionais Cairo Rodrigues e Priscila Pontes, integrantes da Equipe do Grupo Publique, corporação cuja agência é responsável pela criação das peças de comunicação da ASBRAM para as redes sociais, além da programação dos materiais envolvendo o Simpósio ASBRAM. “É um prazer trabalhar ao lado da Beth, do Juliano e da equipe ASBRAM. Nosso objetivo é engajar as pessoas, as empresas afiliadas, promover a interação de todos os interesses com os clientes, o mercado e a sociedade brasileira em prol de mais alimentos, mais seguros, saudáveis e sustentáveis”, resumiu o jornalista Cairo Rodrigues.