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Sul representa 35% da produção nacional de leite, informa Darlan Palharini

Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná respondem por 35% da produção nacional de leite.

O ano de 2021 ficará marcado pelos altos patamares dos preços do leite no campo; porém, de rentabilidade baixa para o produtor. Diante desse cenário a live Mercado em Destaque, da última quinta-feira (13), conversou com o Secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados (Sindilat), Darlan Palharini.

Em dezembro, o poder de compra do produtor de leite frente ao milho diminuiu em razão da valorização do grão no mercado interno. Foram necessários 41,50 litros de leite para adquirir uma saca de 60 kg do cereal, contra 38,52 litros registrados no mês anterior. O preço do leite pago no campo recuou 2,96% em dezembro, indo de R$ 2,1857/litro em novembro para R$ 2,1210/l no encerramento de 2021*.

“Hoje no Rio Grande do Sul nós temos 40 mil produtores que entregam regularmente leite para as indústrias, enquanto no Uruguai nós estamos falando de 2,2 mil produtores e na Argentina são dez mil produtores […] uma questão que nos impede de ser um protagonista nos lácteos, como é hoje no setor de carnes, é porque 98% da nossa produção vai para consumo interno”, ressalta Palharini.

“Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná respondem por 35% da produção nacional de leite”.

Darlan Palharini

A exportação tem se mostrado um bom negócio. “A partir do 2º semestre de 2021, ou até quase todo o ano de 2021 o Brasil aumentou as suas exportações. Claro que temos condições de exportar ainda mais. Porém, os nossos custos de produção ainda são mais altos do que no Uruguai e na Nova Zelândia”, frisa.

Estiagem

De acordo com Palharini, as regiões leiteiras mais afetadas pela estiagem no Rio Grande do Sul, são algumas localidades do Vale do Taquari e da região das Missões. “Nessa situação da atividade leiteira e também do setor de grãos, que também está passando por essa dificuldade, é importante alguns movimentos de auxílio do governo federal para não termos abandono de produtores”, informa Darlan.

O secretário comentou sobre a importância da assistência técnica ao pecuarista. “Ter uma política de Estado é importante para que em momentos de estiagem para que o produtor tenha um acompanhamento que traga segurança na produção”, explica. Para tanto, “já está sendo operacionalizado o Fundo Leite que é justamente para atender a questão da assistência técnica e do incremento de renda ao produtor; porque com uma assistência técnica efetiva nas propriedades esse problema acaba sendo amenizado”.

O Fundo de Desenvolvimento da Cadeia Produtiva do Leite do Rio Grande do Sul (Fundo Leite), é destinado para custear e a financiar as ações, projetos e programas de desenvolvimento da cadeia produtiva do leite bovino e dos seus produtos lácteos.

Custos de produção do leite

De modo geral, os preços dos principais insumos da atividade pecuária foram afetados pelo movimento de alta global das commodities; principalmente do petróleo, que encareceu a produção, o transporte e a distribuição dos produtos. Além disso, a valorização de 7,36% do dólar frente ao Real em 2021 encareceu a importação das matérias-primas para suplementos minerais, adubos, agroquímicos e medicamentos.

Os grupos de custos que apresentaram aumentos mais significativos no ano foram adubos e corretivos (79,85%), combustíveis (53,28%) e suplementação mineral (32,37%).

Texto: Larissa Schäfer

*Com informações do Cepea