Fechamento de Mercado

Soja tem ligeiras movimentações com ajustes antes do USDA

Mercado ainda sente a pressão de uma grande safra de soja na América do Sul

Grãos de soja
Mercado ainda é pressionado pela projeção de grande safra na América do Sul | Foto: Banco de Imagens

A sessão desta sexta-feira (06) foi de ligeiras movimentações aos preços da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT). O março/25 subiu 0,25 pontos, enquanto os vencimentos maio/25 e julho/25 recuaram 1,25 e 2,25 pontos, respectivamente. O janeiro/25 permaneceu estável em US$ 9,93 por bushel.

De acordo com o Farm Progress, “os preços dos grãos foram mistos mais uma vez na sexta-feira depois que os traders analisaram as tendências globais de produção e começaram a acertar posições antes do próximo relatório de estimativas de oferta e demanda agrícola mundial, que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgará na próxima terça-feira”.

Conforme estimativas dos analistas internacionais, o USDA pode reduzir levemente os estoques finais de 2024/25 de 470 milhões de bushels em novembro para 469 milhões de bushels. As estimativas de negociação individuais variaram entre 430 milhões e 486 milhões de bushels.

Por outro lado, o mercado ainda é pressionado por uma grande safra norte-americana, além de uma produção com excelente potencial na América do Sul. No caso do Brasil, a safra de soja poderá ultrapassar 170 milhões de toneladas.

Ainda assim, os investidores se preocupam com a previsão de La Niña e os efeitos do evento climático para a safra da Argentina. Além disso, a possível retomada da guerra tarifária entre EUA e China também está no foco dos traders.

Mercado do milho

Ao contrário da soja, os futuros do milho consolidaram uma sessão positiva em Chicago. Assim, os principais contratos do cereal subiram entre 4,25 e 5,00 pontos. O vencimento dezembro/24 era cotado a US$ 4,30 por bushel.

Segundo o Farm Progress, “os preços do milho continuaram a subir na sexta-feira após uma rodada de compras técnicas que foi parcialmente estimulada pelo otimismo geral da demanda“.

No caso do relatório do USDA, as expectativas são de redução nos estoques finais de milho 204/25, de 1,938 bilhão de bushels em novembro para 1,906 bilhão de bushels. As estimativas de negociação individuais variaram entre 1,863 bilhão e 1,938 bilhão de bushels.

Embora o mercado tenha encerrado o dia em alta, a pressão de uma grande safra nos EUA e de uma produção com bom potencial na América do Sul ainda pesa. Paralelamente, os investidores acompanham as informações sobre a produção de etanol nos EUA.

Mercado do trigo

O trigo, assim como a soja, exibiu algumas perdas na sessão desta sexta-feira na CBOT. Os contratos da commodity caíram entre 1,00 e 4,25 pontos. O dezembro/24 fechou o dia a US$ 5,42 por bushel.

“Os preços do trigo enfrentaram cortes modestos após uma rodada de vendas técnicas na sexta-feira”, destacou o Farm Progress.

Assim como para a soja e o milho, a projeção também é que haja uma redução dos estoques finais de trigo. O USDA pode indicar um recuo de 815 milhões de bushels em novembro para 814 milhões de bushels. As estimativas comerciais individuais variaram entre 787 milhões e 830 milhões de bushels.

Ademais, a produção de trigo da Rússia em 2025 pode apresentar um crescimento modesto ano a ano, segundo estimativas da Argus Media, que apontam uma projeção de 2,995 bilhões de bushels. Contudo, o cenário ainda apresenta incertezas, com representantes destacando os “enormes riscos para este inverno”, diretamente relacionados às condições climáticas nos próximos meses. Vale lembrar que a Rússia se mantém como a maior exportadora de trigo no mercado global.

Enquanto isso, na França, o escritório agrícola FranceAgriMer relatou que 86% da safra de trigo do país estava classificada como boa a excelente até 2 de dezembro. Apesar de ser um ponto abaixo em relação à semana anterior, esse desempenho ainda supera o ritmo registrado no mesmo período de 2024, quando apenas 77% da safra recebeu essa avaliação. Além disso, o plantio da safra francesa já alcançou 96% até a última segunda-feira. A França é o maior produtor de grãos da Europa.