Fechamento do Mercado

Soja registra desvalorização de 1,5% e recua pelo 4º dia seguido

Possível retomada da guerra comercial com a China e safra de soja do Brasil continuam no radar dos participantes do mercado

grãos de soja
Modelos climáticos apontam para clima mais seco nos próximos dias no Brasil e na Argentina | Foto: R. R. Rufino/Embrapa Soja

Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) fecharam o pregão desta quinta-feira (14) com quedas expressivas. As principais posições da oleaginosa caíram entre 18,25 e 20,25 pontos. O vencimento novembro/24 era cotado a US$ 9,85 por bushel.

“Seja ansiedade sobre tarifas de Trump ou a abordagem da nova administração para a política de biocombustíveis, ou se é simplesmente pressão sazonal da colheita, os traders têm sido bastante pessimistas durante toda a semana, e a sessão de quinta-feira não foi exceção”, destacou o portal internacional Farm Progress.

Com isso, os preços da oleaginosa cederam mais de 1,5% no mercado internacional. Segundo os especialistas, as crescentes preocupações com as futuras relações comerciais dos EUA, especialmente com a China.

Assim, uma simples falta de notícias otimistas é a principal razão para a pressão do mercado, conforme reportou Karl Setzer, sócio da Consus Ag Consulting. Isso ocorre mesmo que os EUA continuem a fazer vendas diárias.

Hoje, mais uma vez, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou a venda de 176.000 toneladas de soja para destinos desconhecidos. O volume negociado deverá ser entregue no ciclo 2024/25.

Por outro lado, o andamento da safra no Brasil continua no radar. Conforme os analistas internacionais, alguns modelos climáticos já estão ficando mais secos em várias áreas do Brasil e da Argentina, nos próximos 1 a 5 dias, bem como nas perspectivas de 6 a 10 dias.

Ainda segundo Setzer, “analistas na América do Sul permanecem otimistas sobre os rendimentos, mas outros estão começando a diminuir as expectativas. Os EUA podem ver menos concorrência da América do Sul daqui para frente, pois a demanda interna nesses países está aumentando, desacelerando as exportações”.

Mercado do milho

Assim como a soja, os futuros do milho também caíram nesta quinta-feira. Os vencimentos do cereal recuaram entre 5,00 e 7,50 pontos. O contrato dezembro/24 fechou o dia a US$ 4,91 por bushel.

“Os preços do milho caíram constantemente durante a sessão de quinta-feira, incorrendo em perdas consideráveis ​​ao longo do caminho”, informou o Farm Progress.

Enquanto isso, a produção de etanol atingiu um recorde na semana até 8 de novembro, após atingir uma produção diária de 1,113 milhão de barris, de acordo com os dados mais recentes da Administração de Informação de Energia dos EUA. Com mais essa alta, a produção registra crescimento por sete semanas consecutivas.

Mercado do trigo

Em Chicago, o pregão também foi negativo aos futuros do trigo, assim como para os da soja. Os vencimentos da commodity caíram entre 8,25 e 10,75 pontos. O contrato dezembro/24 encerrou o dia a US$ 5,30 por bushel.

Conforme o Farm Progress, “os preços do trigo sofreram outro revés técnico na quinta-feira que levou a perdas moderadas”.

Além das condições da safra norte-americana, o mercado aguarda o boletim de vendas para exportação do USDA. A expectativa é que o departamento mostra vendas de trigo variando entre 9,2 milhões e 22,0 milhões de bushels na semana até 7 de novembro.