A cotação da soja caiu em dezembro. No dia 6, a saca de 60kg estava cotada em R$143,00. Veja no gráfico o comportamento dos preços no período, tendo como referência Paranaguá-PR:
Apesar das preocupações que a seca prolongada trouxe, pode-se dizer que os impactos foram pequenos ou até inexistentes na semeadura. No dia 5, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estimou a semeadura em 90,0% da área prevista. No mesmo período da safra anterior, a semeadura estava em 83,1%.
O clima tem favorecido o cultivo em todas as regiões produtoras do país, o que reforça a expectativa de uma produção recorde para a safra de 2024/2025. A estimativa é de que a safra seja de 166,1 milhões de toneladas (tabela 1).
Mercado internacional e expectativa para o curto prazo
Dos fatores que compõem a formação de preço da soja – a cotação da soja em Chicago (CBOT), a taxa de câmbio e o prêmio de exportação que é um valor, positivo ou negativo, somado ao preço de referência, representando um ágio ou deságio, conforme a oferta e a demanda – o que pode dar sustentação aos preços nos próximos meses é a taxa de câmbio e os prêmios de exportação.
No último mês, a cotação da soja caiu em Chicago. Para o prêmio de exportação, apesar de também ter caído, os números estavam positivos no fechamento do dia 6, referente aos contratos do próximo semestre.
Frente ao cenário baixista, retratado pela queda em Chicago, o dólar e os prêmios de exportação poderão ser fatores limitadores dessa queda (tabela 4), assim como o incremento do consumo e a preferência dos importadores pela produção sul-americana.
Porém, esses fatores podem não ser suficientes para mudar o cenário desenhado pela produção recorde esperada. Ao passo que a colheita brasileira se aproxima, a pressão negativa sobre a cotação da soja aumenta.
Opinião
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Fonte: Scot Consultoria