Mercado

Relação de troca melhora para o pecuarista, mas custo de produção aumenta

Melhorou o cenário para a reposição, porém em relação aos insumos alimentícios não melhorou.

Em abril de 2021 o confinador precisava de 14,17@ para comprar um boi magro (12,5@). Já em abril de 2022 ele precisou de 13,12@, ou seja, “ele precisa de 1,05@ a menos do que no ano passado. Então se a gente considerar que o principal custo dentro do confinamento é a reposição, melhorou esse cenário”, afirma o coordenador do Confina Brasil da Scot Consultoria, Felipe Dahas, durante o Mercado em Destaque desta quinta-feira (12).

Na comparação do o boi gordo com o bezerro desmamado (6,5@), em abril de 2021 o confinador precisava de 10,31@ para adquirir um bezerro; enquanto em abril de 2022 o pecuarista precisou de 8,44@, ou seja, uma diminuição de 1,87@ por bezerro. “Então melhorou o cenário para a reposição, porém em relação aos insumos alimentícios não melhorou, isso até piorou um pouco o cenário”, frisa.

“É um cenário desafiador. É como uma balança, quando você diminui um pouco o investimento para trazer essa reposição para dentro do confinamento, mas por outro lado, estamos gastando um pouco mais com o custo da diária desse confinamento. Então a tendência não é que acabe os confinamentos de pequeno porte mas que o pessoal vá se profissionalizando, se preparando e se protegendo de todos esses riscos para começar a ter uma atividade rentável, uma balança equilibrada”, ressalta Dahas.

Mercado

A diferença média entre os preços das arrobas dos animais machos e fêmeas prontos para abate no mercado paulista está em patamar recorde. De acordo com o Cepea, esse cenário se deve à sustentação dos preços do animal macho e à queda nos valores da vaca. Na parcial deste ano (de dezembro/21 a maio/22), enquanto a arroba do boi gordo apresenta ligeira desvalorização nominal de 0,55%, o preço da vaca registra queda de fortes 8,48%.

No caso do boi, os valores são sustentados pela forte demanda internacional pela carne, sobretudo chinesa, e pela oferta enxuta. Já no caso da vaca, a proteína da fêmea geralmente é destinada ao mercado brasileiro; que, vale lembrar, atravessa um período de demanda enfraquecida, tendo em vista o fragilizado poder de compra de grande parte da população.