Com estimativa de que 96,6 milhões de toneladas de soja saiam do país na safra 22/23, a operação de exportação já está aquecida no Brasil. A comercialização internacional está sendo impulsionada pelo aumento da demanda mundial, que reflete as condições climáticas observadas nos Estados Unidos, onde a seca reduziu o nível das águas rio Mississippi, um importante canal para o escoamento de grãos. Este cenário, faz com que países já consolidados como tradicionais compradores de grãos americanos, façam negócios com o Brasil.
O Analista Sênior de Mercados Agroeconômicos, da TF Agroeconômica, Luiz Carlos Pacheco, explica como o clima dos EUA interfere no Brasil. “Essa situação de dificuldade de escoamento dos grãos americanos reduz as cotações da Bolsa de Chicago, mas eleva o prêmio no Brasil. Um exemplo disso, são os 16 navios brasileiros, de um total de 20 comprados pela China recentemente, mostrando que a demanda mundial está se voltando para o nosso mercado”, explica Pacheco.
A perspectiva é de uma safra recorde no Brasil, justificada pela recuperação dos estados do Sul e do Mato Grosso do Sul. Dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontam uma área de 43,2 milhões de hectares, com produtividade média de 3,5 mil kg/ha e produção de 153,5 milhões de toneladas da oleaginosa, cerca de 22% acima que a safra anterior.