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Produtores argentinos podem perder rali de grãos impulsionado por crise na Ucrânia

A Argentina é o maior exportador mundial de óleo e farelo de soja, um importante fornecedor de trigo e o segundo maior exportador mundial de milho.

Uma seca severa e limites de exportação estão restringindo a capacidade dos agricultores argentinos de aproveitar a alta nos preços do trigo e da soja, que subiram devido ao conflito crescente na Ucrânia, aumentando os temores sobre a oferta dos principais produtores de grãos europeus.

Os futuros de trigo e milho dos EUA subiram em seus limites diários de negociação na quinta-feira, enquanto a soja atingiu a máxima desde 2012, depois que as forças russas atacaram a Ucrânia, exacerbando as preocupações com a oferta global.

“Os benefícios dos aumentos de preços devido ao conflito militar são muito limitados para a Argentina devido à má colheita diante da seca”, disse Gustavo Idigoras, chefe da câmara de processadores e exportadores de grãos CIARA-CEC, à Reuters na quinta-feira.

A Argentina é o maior exportador mundial de óleo e farelo de soja, um importante fornecedor de trigo e o segundo maior exportador mundial de milho.

Idigoras afirmou, no entanto, que havia pouco trigo restante autorizado para vendas no exterior devido aos limites de exportação.

Os agricultores concluíram a colheita do trigo no início de janeiro. Outros grãos foram atingidos pela seca desde o final do ano passado, prejudicando a produção.

A produção de trigo 2021/22 da Argentina atingiu 22,1 milhões de toneladas, segundo dados oficiais, mas os agricultores já venderam 15,5 milhões de toneladas do grão e a demanda doméstica por trigo é de 6 milhões de toneladas.

Idigoras disse que com limites de exportação para garantir o abastecimento local “temos muito pouco restante, menos de 1 milhão de toneladas, com as quais não vamos poder aproveitar nenhum benefício de preço ou deslocamento de preço da Ucrânia”.

A Rússia e a Ucrânia são os dois maiores fornecedores globais de trigo, com um total combinado de 29% das exportações mundiais.

Fonte: Money Times