O status de área livre de febre aftosa sem vacinação e o reconhecimento de unidade autônoma livre da peste suína clássica, chancelados pela Organização Internacional de Saúde Animal (OIE) em maio do ano passado, começaram a surtir efeitos práticos para o agronegócio paranaense. A Pesquisa Trimestral de Abate, divulgada nesta quarta-feira (08) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou que o Estado abateu 2.791.867 cabeças de suínos no primeiro trimestre de 2022, incremento de 9% em relação aos primeiros três meses do ano passado, com 2.562.477 cabeças.
Com 229,39 mil a mais, o Paraná liderou em números absolutos o desempenho entre as unidades federativas do País no período, o que ajudou o Brasil a alcançar o melhor primeiro trimestre para o setor desde o início da série histórica, em 1997. Entre janeiro e março de 2022 foram abatidas 13,64 milhões de suínos nacionalmente, aumento de 7,2% em relação a 2021 (12,72 milhões).
Ainda de acordo com o mapeamento, o volume exportado de carne suína de origem paranaense registrou aumento, passando de 34,3 mil toneladas no primeiro trimestre de 2021 para 35,5 mil toneladas nos três meses deste ano. Os principais destinos foram Hong-Kong, Argentina, Uruguai e Cingapura.
Esse crescimento próximo aos dois dígitos que fez com que o Paraná se aproximasse um pouco mais de Santa Catarina na liderança do ranking nacional. A diferença que era de 8,6 pontos percentuais no primeiro trimestre de 2021 (28,9% a 20,3%) caiu para 7,6 pontos percentuais (28,1% a 20,5%). O Rio Grande do Sul, com 17,4%, completa a lista como o terceiro principal produtor de carne suína.
“Somos vice-líder e temos espaço para crescer de 50% a 70% com novos investimentos. Nesse momento o setor também está lidando com dificuldades em relação aos preços dos insumos, o que estamos tentando reverter juntos”, ressaltou o secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara. Ele lembrou que a cadeia da carne de porco estadual recebeu investimentos de aproximadamente R$ 3,5 bilhões nos últimos anos, em cidades como Assis Chateaubriand, Castro, Jesuítas e Paranavaí, entre outras.
Frangos
O levantamento trimestral do IBGE apontou também que, apesar da pequena retração no comparativo com o primeiro trimestre de 2021, acompanhando a média nacional, o Paraná lidera amplamente o abate de frangos, com 33,5% da participação nacional. O Estado é seguido por Rio Grande do Sul (13,5%) e Santa Catarina (13,2%). O Estado fechou o período com 517,8 milhões de cabeça, ante 524,4 em 2021
Entre aquelas Unidades da Federação com participação acima de 1%, ocorreram quedas no Rio Grande do Sul (-9,97 milhões de cabeças), Santa Catarina (-4,66 milhões), Mato Grosso (-2,39 milhões), São Paulo ( 1,94 milhão) e Minas Gerais (-1,78 milhão). Já no Brasil foram abatidas 1,55 bilhão de cabeças de frangos no primeiro trimestre de 2022, queda de 1,7% em relação ao mesmo período de 2021.
Bovinos
Nono maior produtor de carne bovina do País, o Paraná apresentou estabilidade entre os primeiros trimestres de 2021 e 2022, com diminuição de 0,4%, de 297.863 cabeças para 296.714.
Em relação ao recorte nacional, nos meses iniciais 2022 foram abatidas 6,96 milhões de cabeças de bovinos sob algum tipo de serviço de inspeção sanitária, 5,5% superior à obtida em igual período de 2021. No ranking das unidades federativas, Mato Grosso continua liderando o abate, com 16,1% de participação, seguido por Mato Grosso do Sul (11,3%) e São Paulo (11%).
Ovos
Na contramão do País, o Paraná conquistou variação positiva, de 0,7%, na produção de ovos. O Estado produziu pouco mais de 90 milhões de dúzias entre janeiro e março, 595 mil dúzias a mais do que no mesmo período de 2021 (89.470). Em nível nacional a produção foi 19,6 milhões a menos entre os trimestres. As reduções mais significativas, quantitativamente, ocorreram em São Paulo (-7,07 milhões de dúzias), Espírito Santo (-5,77 milhões), Goiás (-3,84 milhões), Rio Grande do Sul (-2,95 milhões) e Amazonas (-2,46 milhões).
São Paulo continuou sendo o maior produtor de ovos dentre as unidades da Federação, com 27,1% no primeiro trimestre de 2022, seguido por Paraná (9,2%), Minas Gerais (9,0%) e Espírito Santo (8,5%).
Leite
Com 13,8%, o Paraná é também vice-líder nacional na produção de leite. Minas Gerais, segundo o IBGE, segue no topo do ranking, com 25,5% da captação. O Rio Grande do Sul (12,5%) é o terceiro colocado. No 1º trimestre de 2022, o Estado produziu 816.812 milhões de litros ante 889.871 milhões de litros em igual período do ano passado.
No País, a aquisição de leite cru feita pelos estabelecimentos sob algum tipo de inspeção sanitária (federal, estadual ou municipal) foi de 5,90 bilhões de litros, com redução de 10,3% em relação ao primeiro trimestre de 2021.