O mercado brasileiro de arroz em casca iniciou 2022 com preocupações relacionadas aos excedentes domésticos elevados e à possível pressão sobre os valores do cereal, cenário que já havia sido observado em 2021.
Todavia, a estabilidade da oferta, devido à perda de potencial produtivo no Sul do Brasil, o aumento da paridade de exportação, diante dos maiores preços externos, e o crescimento expressivo das exportações deram sustentação aos preços domésticos.
Milho
Para o milho os preços iniciaram o ano de 2022 em alta, impulsionados pelos estoques de passagem em volumes apertados e por preocupações relacionadas à safra verão de 2021/22; que, de fato, teve sua produtividade prejudicada pelo clima adverso.
Após o primeiro trimestre, agentes voltaram as atenções à segunda temporada, que teve produção recorde. O que, por sua vez, gerou pressão sobre as cotações desde então.
Soja
A temporada 2021/22 se iniciou com preocupações quanto à redução da oferta de soja no Brasil, cenário que foi confirmado, sobretudo no Sul do País e em partes do Sudeste e do Centro-Oeste. Como perdas expressivas também foram verificadas na Argentina e no Paraguai, a maior oferta de 2021 nos Estados Unidos não foi suficiente para compensar essas quedas nas produções. Com isso, os estoques mundiais se reduziram, sustentando os preços internacionais e nacionais.
No Brasil, o valor médio de 2022 é um recorde anual, em termos reais (os valores foram deflacionados pelo IGP-DI de nov/22).
Trigo
Mesmo diante de colheita recorde os valores de negociação do cereal operaram em patamares máximos da série histórica do Cepea em 2022. Em algumas regiões, as cotações atingiram recordes reais.
No contexto global, diversos fatores resultaram em diminuição, pelo segundo ano consecutivo, na relação estoque final/consumo mundial. Assim, a demanda interna seguiu ativa, superando a oferta e elevando os preços do cereal.
Fonte: Cepea