Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram a sessão desta segunda-feira (30) em queda. As principais posições da oleaginosa recuaram entre 5,75 e 8,75 pontos, com o contrato novembro/24 cotado a US$ 10,57 por bushel.
O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) estimou hoje os estoques trimestrais de soja em 1º de setembro em 9,31 milhões de toneladas, ante 26,40 milhões de toneladas em junho.
Agora, o mercado volta suas atenções para o boletim semanal de acompanhamento de safras dos EUA, especialmente os efeitos do furacão Helene.
“O mercado busca por maior indicação de possíveis danos causados por ventos fortes no final da semana passada no leste do Centro-Oeste, dos resquícios do furacão Helene, junto com chuvas pesadas. Relatórios iniciais indicam que houve muito menos danos causados pelo vento nas plantações do que o temido no leste do Centro-Oeste, embora os danos tenham sido mais significativos na parte sudeste do país”, afirmou Arlan Suderman, economista-chefe de commodities da StoneX.
Além disso, os participantes do mercado monitoram as condições climáticas no Brasil. Em muitas regiões, os produtores ainda aguardam umidade no solo para iniciar a semeadura da nova safra.
Segundo a Climatempo, “as chuvas de outubro tendem a ser escassas em grande parte do país”.
“A previsão aponta para precipitações abaixo da média no Centro-Oeste, Norte e parte do Nordeste, com áreas em tons de marrom e laranja indicando uma seca mais pronunciada. Isso pode agravar situações de estiagem e aumentar o risco de queimadas, especialmente na faixa central do país. A irregularidade nas chuvas pode afetar atividades agrícolas e influenciar a qualidade do ar que já vem prejudicada no país”, reportou a Climatempo.
Mercado do milho
Na contramão da soja, os futuros do milho fecharam o dia em alta na CBOT. Os principais vencimentos subiram entre 5,25 e 6,75 pontos, com o contrato dezembro/24 cotado a US$ 4,24 por bushel.
Os estoques trimestrais de milho ficaram dentro do esperado pelos traders, em 44,71 milhões de toneladas, ante 126,83 milhões de toneladas no trimestre anterior.
Além disso, o mercado acompanha de perto o progresso da safra norte-americana. Na semana passada, cerca de 14% da colheita de milho já havia sido concluída, acima dos 9% da semana anterior e da média de 11% dos últimos cinco anos.
Paralelamente, a União Europeia reduziu em 2,4% sua projeção para a safra de milho. Da mesma forma, o andamento da colheita na França também está no radar dos investidores.
“O clima desfavorável pode reduzir a colheita de grãos da Ucrânia em 2024 para 54,6 milhões de toneladas, de cerca de 60 milhões de toneladas métricas em 2023″, disse o novo ministro da agricultura do país, conforme divulgado pelo site Farm Futures.
Por outro lado, a Rússia aumentou seu imposto de exportação de milho quase dez vezes na sexta-feira, no primeiro sinal de restrições à exportação, em meio a previsões mais baixas de safra de milho, segundo informações da Reuters.
Mercado do trigo
Ao contrário da soja, os preços futuros do trigo subiram nesta segunda-feira na CBOT. As principais posições registraram ganhos superiores a 4 pontos, com o contrato dezembro/24 cotado a US$ 5,84 por bushel.
Os estoques trimestrais de trigo também ficaram em linha com as expectativas do mercado, totalizando 54,05 milhões de toneladas. Em junho, os estoques estavam em 19,10 milhões de toneladas.
“A Comissão Europeia reduziu na sexta-feira sua previsão para a produção utilizável de trigo comum na União Europeia em 2024/25 para uma baixa de 12 anos, pois continuou a levar em consideração o clima adverso no bloco”, informou o Farm Futures.
A Comissão agora projeta a safra de trigo comum desta temporada em 114,6 milhões de toneladas, abaixo das 116,1 milhões de toneladas previstas no mês anterior. Esse número também representa uma queda de 9% em relação ao ano passado e é o menor desde 2012/13.