Fechamento de Mercado

Com leves quedas, soja monitora safras dos EUA e do Brasil

No milho, foco também está no andamento da colheita da safra norte-americana

Lavoura de soja no entardecer
Avanço da colheita nos EUA e clima no Brasil estão em foco | Foto: Mbrady321/Pixabay

As cotações futuras da soja encerraram a sessão desta sexta-feira (20) com leves quedas na Bolsa de Chicago (CBOT). As principais posições da oleaginosa recuaram entre 1,25 e 1,75 pontos. O vencimento novembro/24 era negociado a US$ 10,12 por bushel.

De acordo com a Agrinvest, esta é a primeira semana de queda após quatro semanas consecutivas de altas. Os traders permanecem observando a colheita da soja nos Estados Unidos, assim como a semeadura da oleaginosa no Brasil.

No início da semana, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) indicou que 6% da safra norte-americana havia sido colhida, contra a média dos últimos cinco anos, de 3%. Os dados serão atualizados na próxima segunda-feira (23).

Além disso, as atenções também estão voltadas ao clima no Brasil. Alguns mapas climáticos estão indicando chuvas para o Norte do Brasil para 11-15 dias e retorno das precipitações para o Centro-Oeste.

“Também temos os preços do farelo de soja muito baixos na China e a demanda concentrada apenas no spot. Baixa perspectiva de crescimento na população de matrizes e de leitões na China no curto prazo, o que indica que as vendas de rações devem seguir abaixo do ano passado, assim como farelo e milho”, destacou a Agrinvest em seu comentário de mercado.

Ainda hoje, o USDA reportou uma nova venda de soja para a China, de 121 mil toneladas, que serão entregues na temporada 2024/25.

Mercado do Milho

O dia também foi negativo para os futuros do milho na CBOT. Os principais vencimentos do cereal recuaram entre 4,00 e 4,25 pontos, com o dezembro/24 cotado a US$ 4,01 por bushel.

“Tanto o milho quanto a soja estão começando a ver mais pressão de colheita, e isso provavelmente aumentará nas próximas semanas”, diz Karl Setzer, sócio da Consus Ag Consulting. “Previsões mais úmidas para o Cinturão do Milho dos EUA também estão pesando no comércio de hoje, mas neste momento, a chuva não é o que precisamos enquanto nos dirigimos aos campos. Há uma sensação geral de aversão ao risco no comércio desta manhã que está pesando em todos os mercados, não apenas nas commodities”, completa o especialista.

Até a última semana, os produtores haviam colhido 9% da safra, contra 6% da média dos últimos cinco anos.

Mercado do Trigo

Na contramão das outras commodities, o mercado do trigo fechou a sexta-feira em campo positivo. As principais posições do grão exibiram ganhos entre 1,75 e 3,00 pontos na CBOT. O contrato dezembro/24 era negociado a US$ 5,68 por bushel.

Sobre o trigo, Setzer diz que “o trigo está trabalhando mais alto com base em relatos de que a safra da Austrália Ocidental cairá 7% em relação às estimativas anteriores devido às condições de seca. A Ucrânia também cortou sua previsão de plantio de trigo devido à seca.”

Setzer observa que o trigo está ganhando grande apoio de notícias de que os campos na Argentina estão sendo abandonados devido à seca e a problemas com insetos.