Os futuros do trigo negociados na Bolsa de Chicago (CBOT) encerraram a sessão desta quinta-feira (03) com queda de mais de 1%. As principais posições da commodity recuaram entre 9,50 e 11,75 pontos, com o contrato para dezembro/24 cotado a US$ 6,03 por bushel.
“Os preços dos grãos atingiram máximas de vários meses no início desta semana, apresentando uma oportunidade para traders realizarem vendas técnicas e lucrarem. O trigo foi o mais atingido, com a maioria dos contratos perdendo mais de 1%”, destacou o Farm Progress. O milho caiu mais de 1%, e a soja registrou queda de quase 0,9%.
As tensões geopolíticas continuam a impactar os mercados. Além dos conflitos entre Rússia e Ucrânia, os traders acompanham os desdobramentos no Irã, Israel e Líbano. Além disso, as safras de trigo da Rússia e Austrália estão no radar. Analistas afirmam que a produção de trigo australiana caiu mais de um milhão de toneladas devido à geada e seca.
Rod Baker, da Australian Crop Forecasters, explicou que “o início seco da primavera, combinado com danos generalizados por geada em várias regiões, afetou negativamente as estimativas de rendimento”. Ele prevê uma colheita de 1,102 bilhão de bushels, mas outros analistas estimam números ainda menores.
Mercado do milho
Assim como o trigo, o mercado de milho também fechou em baixa na CBOT. Os principais contratos caíram entre 3,75 e 4,25 pontos, com o vencimento para dezembro/24 cotado a US$ 4,28 por bushel.
“O milho apresentou queda superior a 1%, pressionado por uma rodada de realização de lucros e o avanço da colheita”, apontou o Farm Progress. De acordo com o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), até o último domingo, 21% da safra de milho dos EUA já havia sido colhida, o que também pressionou os preços.
Mercado da soja
Os futuros da soja seguiram o movimento do trigo e milho, registrando recuos entre 8,75 e 10 pontos. O contrato novembro/24 foi negociado a US$ 10,46 por bushel.
Os investidores estão atentos às previsões de chuva no Brasil, que devem favorecer a semeadura da nova safra de soja. Os modelos climáticos indicam volumes significativos de precipitação para os próximos 15 dias. No Paraná, os produtores já semearam 700 mil hectares, ou 22% da área total projetada, de 5,8 milhões de hectares, de acordo com o Deral (Departamento de Economia Rural).
Além disso, o mercado acompanha a colheita da soja nos EUA e a ausência da China devido ao feriado da Semana Dourada.