Mercado

EUA: grãos têm oscilações expressivas na bolsa

Os efeitos do clima desfavorável para lavouras na América do Sul seguem levando a altas dos contratos de soja e milho

O dia foi marcado por fortes oscilações no mercado de grãos em Chicago, mesmo sem grandes novidades sobre fundamentos.

Os efeitos do clima desfavorável para lavouras na América do Sul seguem em pauta e as preocupações relacionadas à disseminação da variante Ômicron (Covid-19) afetaram os preços, levando a altas dos contratos de soja e milho. Os futuros de trigo, porém, recuaram nesta segunda-feira.

soja para entrega em março do ano que vem, os contratos mais negociados no momento, fechou a US$ 13,7150 o bushel, com alta de 30,75 centavos de dólar (2,3%). Já a posição seguinte encerrou o pregão a US$ 13,7875 o bushel, com alta de 30,50 centavos de dólar (2,26%).

Na sessão anterior, a oleaginosa já havia alcançado o maior patamar em quatro meses, segundo cálculo do Valor Data, sobretudo por temores relacionados aos efeitos do clima para os grãos na América do Sul. Diante do cenário climático, a consultoria Datagro já havia, na semana passada, cortado a projeção para a safra brasileira de soja na safra 2021/22 de 142,63 milhões de toneladas, projetadas em novembro, para 142,05 milhões agora. Ainda assim, a colheita supera em 3,7% a do ciclo passado, que totalizou 136,96 milhões de toneladas.

Segundo a AgResource, as preocupações relacionadas à inflação também tiveram influência na bolsa hoje. Os investimentos estão “fluindo para as commodities com base em temores inflacionários e na necessidade de diversificação do patrimônio líquido”, disse a empresa, segundo a Dow Jones Newswires.

Seguindo o ritmo de alta da oleaginosa, os futuros de milho para março avançaram 1,5% (9 centavos de dólar), para US$ 6,1475 nesta segunda-feira. A posição seguinte fechou a US$ 6,1675 o bushel, com alta de 1,56% (9,50 centavos de dólar). Os fatores de influência foram similares aos que afetaram o pregão da soja.

A Datagro também cortou recentemente a previsão para a safra de milho verão no Brasil, de 28,89 milhões de toneladas para 27,67 milhões de toneladas devido às questões climáticas. Flávio França Junior, analista da consultoria, disse que a produtividade foi afetada por escassez de umidade nos três Estados do sul do país apesar do alto nível de tecnologia empregado nas lavouras.

Nos Estados Unidos, o Departamento de Agricultura americano (USDA) informou hoje a venda de 269,24 mil toneladas de milho da safra 2021/22 para destinos não revelados. 

As informações são do Valor Econômico, adaptadas pela equipe MilkPoint