A Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA) divulgou nota hoje (05) afirmando que o Brasil possui estoque de fertilizantes para os próximos três meses, de acordo com dados de agentes de mercado. A afirmação ocorre após a ministra Tereza Cristina, da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, garantir que o país possuía um estoque de passagem de fertilizantes para chegar até a safra de outubro.
A entidade, que representa empresas do setor, ressalta ainda que considera prematuro avaliar com profundidade os possíveis impactos da guerra na Ucrânia ao agronegócio brasileiro. Além disso, o volume atual em estoque é superior à média dos anos anteriores.
Logística marítima
A ANDA também afirma que acompanha com cautela a logística marítima. A guerra causa restrições que afetam o fluxo de navios na região do conflito. “Nesse sentido, o mercado está buscando soluções para cenários como os que estamos enfrentando”, relata a ANDA.
Fornecimento
A preocupação com o estoque de fertilizantes decorre do conflito entre Rússia e Ucrânia. A entidade informa que o país importa cerca de nove milhões de toneladas por ano de insumos para fertilizantes do Leste Europeu, o que representa em torno de 25% do total importado.
Uma questão levantada pela entidade é o fornecimento de potássio. “Mais de dois milhões de toneladas já estavam comprometidas com as sanções anteriores à Bielorrússia. E a atenção justifica-se, dado que três milhões de toneladas de cloreto de potássio têm como origem a Rússia”, diz a nota. Também preocupa a importação de fertilizantes nitrogenados, em especial nitrato de amônio, já que o Brasil importa volume expressivo da Rússia.
“Vale ressaltar que, embora já existam restrições bancárias que causam insegurança e dificuldades para o fluxo de pagamento, as transações estão sendo realizadas entre empresas privadas”, diz a ANDA.
Por fim, a entidade diz acreditar na diplomacia brasileira e que busca atender à demanda nacional.