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"Carbono é diversificação de receita", afirma o ex-ministro da Agricultura durante o 1º Fórum da Carne Bovina

O tema do fórum foi “Visão contemporânea da Pecuária de corte a partir de movimentos estratégicos da cadeia de produção”

A importância do setor energético e da sustentabilidade para o agronegócio brasileiro permeou a fala dos palestrantes do 1º Fórum da Carne Bovina, realizado durante a 23º Expodireto Cotrijal, em Não-Me-Toque. Com o tema “Visão contemporânea da Pecuária de corte a partir de movimentos estratégicos da cadeia de produção”, o Fórum foi promovido em parceria pelo Instituto Desenvolve Pecuária e a Cotrijal. O evento teve como palestrantes o ex-ministro da Agricultura Roberto Rodrigues, o ex-Secretário da Agricultura do Rio Grande do Su Domingos Velho Lopes, e de Guilherme Ferraudo, gerente de projetos especiais da MyCarbon.   

“O mundo precisa de carne”, enfatizou o presidente do Desenvolve Pecuária, Luis Felipe Barros, reforçando a necessidade de debater sobre os gargalos do setor e incentivar a comunicação assertiva dos pecuaristas à respeito das boas práticas já realizadas na propriedade. “A Expodireto Cotrijal é uma cortina que se abre para que se discuta politicamente e institucionalmente a pecuária do Estado do RS”, afirmou Barros.

O ex-ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, explicou que hoje a pecuária de corte está mais profissionalizada e melhor gerida, no entanto, frisou que ainda se faz necessário investir em mais tecnologia, inovação e pesquisa para melhorar a competitividade do Brasil frente a outros países.

No cenário geopolítico, Rodrigues destacou novas oportunidades de negócios para o agronegócio brasileiro diante de uma nova dicotomia entre o Ocidente e a China. “Temos um momento difícil, mas com uma grande oportunidade, que é a de alimentar o mundo, uma vez que o Brasil tem potencial na área de segurança alimentar e energética e em relação a mudanças climáticas. É preciso fazer do nosso país o centro da solução”.

“Os créditos de carbono em uma propriedade serão ganhos marginais e não a atividade principal”, afirmou o ex-secretário da Agricultura do estado, Domingos Velho | Foto: Larissa Schäfer/Destaque Rural

Protagonismo Gaúcho

Os desafios e as alternativas de produção de pecuária sustentável no Rio Grande do Sul foi tema da segunda palestra do Fórum. O ex-secretário da Agricultura do estado Domingos Velho declarou que o agro gaúcho é protagonista e um dos maiores exemplos de agricultura, pecuária e silvicultura produtivas, sustentáveis e diversificadas do mundo. “Somos a segurança alimentar consolidada”, afirmou.

O Rio Grande do Sul está acima dos 44% de energia limpa produzida, afirmou Velho, destacando o hidrogênio verde que já está sendo planejado “vai revolucionar o estado porque vai pegar base limpa e levar para a indústria, comércio e atividade agrícola”. Durante a Lembrou que houve um crescimento extraordinário do PIB brasileiro do Agronegócio nos últimos 10 anos, na média de 4,54%. Lembrando que

“Nós exportamos para 209 países em 2021, com segurança alimentar”

Domingos Velho

Ainda assim, Velho salientou a necessidade de aumentar a segurança alimentar sem afetar os recursos naturais. São “35 cadeias produtivas e é preciso incentivar a pesquisa e a ciência e utilizar estratégia, capacidade de trabalho e tecnologia para que possamos alcançar maior produtividade no setor agropecuário”, afirmou.

Carbono

“Os mercados olham para o Brasil com enorme entusiasmo”, afirmou Rodrigues diante dos projetos de sustentabilidade brasileira, reforçando que ainda é necessário melhorar a imagem no exterior, comunicando de maneira assertiva o campo ao consumidor.

A rastreabilidade da carne bovina e o mercado de carbono, podem gerar grandes oportunidades para o setor. Diante disso, o gerente de projetos especiais da My Carbon, Guilherme Ferraudo, explanou sobre a necessidade de reduzir as emissões globais, buscando alcançar o equilíbrio climático, trazendo como alternativa o crédito de carbono. A prática é um ativo financeiro que permite às instituições privadas e públicas compensarem suas emissões de gases de efeito estufa.